quarta-feira, 6 de maio de 2009

Seu Zé do Pife está de volta!!

No ano passado, falei aqui sobre uma oficina de pífanos que estava sendo ministrada na UnB. As inscrições estão abertas de novo, mas antes de falar sobre a aula, vou falar sobre o mestre, seu Zé do Pife, e o sobre o próprio pífano. Vou repetir o texto do ano passado, com alterações.

Você, forrozeiro, já ouviu falar em pífano ou pife? Pra refrescar a memória de alguns, lembro que se trata do instrumento que precedeu a formação conhecida do forró. Antes de triângulo-zabumba-sanfona tornarem-se o marco do pé-de-serra, o Nordeste conhecia mesmo a banda de pífanos - uma flautinha de bambu - tocando o ritmo mais tradicional da região.

Antes de explicar melhor o que é esse tal de pife, tenho que falar do real motivo desta postagem. A Universidade de Brasília (UnB) criou uma Oficina de Pífano gratuita para que o Zé do Pife ensine qualquer pessoa a tocar o instrumento. Quem é ou já passou por Brasília já deve tê-lo visto tocando clássicos do velho Gonzaga na flautinha de bambu nos intervalos das aulas da UnB, na Rodoviária, em vários eventos culturais da cidade ou por aí, nas ruas.

Em 2007 e 2008, ele deu essa mesma oficina e algumas meninas que participaram da primeira até criaram um grupo com o seu Zé, chamado Zé do Pife e as Juvelinas. Ele, a propósito, é de São José do Egito, Pernambuco, e aprendeu a tocar o pífano aos 10 anos sozinho, só de ouvido. Ele já morou em São Paulo, onde aprendeu a fabricar pífanos, chegou a se apresentar no Sílvio Santos, Chacrinha, Raul Gil...
Ele me disse uma vez que veio pra Brasília porque, segundo ele, no Nordeste ninguém valorizava o pífano, esse instrumento tão tradicional. Aqui, ele ganha a vida entre algumas apresentações em eventos e a venda das flautinhas que ele mesmo faz. A Secretaria de Cultura do DF até chegou a patrocinar a gravação de um CD dele também, vendido pelo próprio, com direito a autógrafo.

Hoje seu Zé é famoso na capital, foi tema de várias reportagens, tem vários vídeos no Youtube e até perfil no Myspace . Quem for às aulas, vai se emocionar muitas vezes com as histórias, a simplicidade e o carisma do seu Zé, que, mesmo sem métodos muito definidos, consegue ensinar o instrumento pra gente com muito estudo, diferente dele. No ano passado eu até tentei, mas não levava jeito pra tocar pífano, talvez só pra falar sobre ele...

As inscrições para o curso estão abertas até o dia 8 de maio (esta sexta-feira) e podem ser feitas de 10h às 12h e das 14h às 17h, na Diretoria de Esporte, Arte e Cultura - DEA/UnB, sala AT-194, ao lado da Caixa Econômica Federal, ICC Sul, UnB (somente pessoalmente). Informações: 3307-2324 (Max). Qualquer pessoa pode participar e só há mais 20 vagas disponíveis.

Confira um vídeo dele:
http://www.youtube.com/watch?v=p8AfdTvT6pw

Agora, saiba mais sobre o instrumento (informações retiradas do Wikipedia hehehe):

"Pife (Pífano ou Pífaro)
O nome pífano é designado para chamar flautas rústicas de um modo geral. Costuma referir-se a um tipo de flauta transversal feita em bambu
Porém, no Brasil, o que habitualmente se chama de pífano é uma flauta de influência indígena feita de taboca ou de taquara e foi utilizada pelos primeiros cristãos, caboclos nordestinos, para cerimônias religiosas e festas. As festas e a música feita por esse tipo de banda constitui, junto com outras manifestações, o embrião de gêneros musicais ligados ao forró.
Assim como toda manifestação cultural do Brasil, o Pife recebeu influências de outras culturas, adaptando-se à música européia e, mais tarde, as bandas de pífanos passaram a apresentar influência africana, adotando um som mais percussivo ainda.
O Pife foi absorvido e adaptado pelo homem nordestino para sua cultura e tornou-se um instrumento comum, utilizado para animar toda e qualquer festividade, inclusive, eventos sacros como novenas.
Os músicos mais famosos do Pife são: Zabé da Loca (PB), João do Pife & Banda Dois Irmãos, Zé do Pífano (PE), e Banda de Pífanos de Caruaru.
O interesse pelo belo e exótico som vem crescendo. O renomado multiinstrumentista Carlos Malta modernizou as bandas de pífanos com seu trabalho "Pife Muderno" e João do Pife, apesar de pouco comentado na mídia, já esteve em 27 países."

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