terça-feira, 4 de setembro de 2012

Gonzaga: De Pai para Filho - e para todos nós



Faz muuuito tempo que não atualizo este blog. Meu afastamento dele se deu mais ou menos na mesma época em que eu me afastei do forró em si. Mas hoje vi um motivo mais do que justo para voltar a dizer algo sobre o assunto que motivou a criação desta página.

Acabo de ver o trailer do filme “Gonzaga: De Pai para Filho”, que vai contar a linda história de Luiz Gonzaga e seu filho, o também cantor Gonzaguinha. Eu já havia falado sobre ele ano passado, mas parei de acompanhar a história e, quando vi, a estreia já estava marcada: dia 26 de outubro.

Aqueles pouco mais de dois minutos de cenas resumidas me causaram um impacto inexplicável. Chorei por dentro e só pude permitir que uma tímida lágrima escorresse pelo olho direito. Deu saudade. Saudade de tudo o que vivi desde 2006, quando me tornei forrozeira. Dos primeiros passos desconexos, da primeira sapatilha, da primeira viagem a Itaúnas, dos festivais.

Deu saudade do tempo em que eu aprendi a não ligar para o suor no meio da dança, que descobri um jeito delicioso de flutuar na ponta dos pés, que perdi a vergonha de encostar minha testa em um desconhecido pra sentir melhor a música. Senti falta do começo, quando eu não conhecia ninguém, e do durante, quando fiz milhares de amigos.

Ver a história de Luiz Gonzaga sendo contada me faz lembrar do ano inteirinho que dediquei a um filme amador, mas muito trabalhoso, só pelo prazer de fazer parte da história do forró. Lembrei-me também do quanto amei tudo que tinha a ver com forró, das coisas de que abri mão por ele. E não me arrependo de absolutamente nada.

O forró me trouxe uma das mais preciosas jóias que alguém pode ter: a amizade. Fiz amigos, dezenas, centenas deles. Conheci gente do mundo todo, gente que está guardada no meu coração pra sempre, mesmo que elas não saibam. O forró apareceu na minha vida para iluminar tudo a minha volta.

Mas eu me afastei dele há uns meses. Não por raiva, mágoa ou desdém. Não se desfaz de um amor assim tão rápido. Só que um dia a vida nos leva para caminhos diferentes, coloca outras prioridades à frente e nos mostra que é preciso gastar energia com outras paixões.

Eu ainda não substituí o forró, talvez nunca o faça. Só escolhi não viver em função dele como fazia antes. Ainda assim, ele continua aqui, pulsando no meu peito a cada tinguelingue do triângulo, a cada acorde da sanfona e a cada batida da zabumba, mesmo à distância.

Então, para aqueles que querem saber, sou forrozeira ainda, talvez não praticante, mas eternamente… E estarei no cinema dia 26 de outubro toda orgulhosa de ver a história dessa nossa paixão nas telonas para todo mundo admirar!