domingo, 31 de janeiro de 2010

Mais sobre nosso Mestre Zinho

Quero compartilhar com vocês alguns momentos interessantes que eu e o Galton Sé passamos ao lado do Mestre Zinho durante a gravação do filme Por Amor ao Forró.

No Festival de Itaúnas de 2008, ele esperava para subir ao palco e as meninas do Trio Dona Flor chegaram ao camarim depois da apresentação delas. Zinho elogiou as meninas e começou a dar dicas preciosas, com a verdadeira sabedoria de um mestre. Filmamos a linda cena: Zinho numa cadeira, parecendo um vovô que conta histórias aos netinhos, e as meninas sentadas no chão com os olhos brilhando ao ouvir toda aquela experiência. Não colocamos isso no vídeo porque não dava para escutar direito...

Outra situação: Em Itaúnas, no dia em que fomos entrevistá-lo, ele estava indisposto, cansado, tinha sofrido um enfarte 30 dias antes, ia fazer um show na mesma noite, mas foi simpático e nos atendeu. Da gostosa conversa tiramos partes que entraram no filme. Agora destaco aqui os trechos mais emocionantes do que ele nos disse:
Pergunta: Por que o senhor acha que é tão idolatrado pela juventude forrozeira?
Zinho: Não, não sei o que eles acham de mais, não tem anda de mais. Portanto, Seu Luiz me falava, me falou antes dele morrer...você é o maior cantor vivo depois de mim dessa cambada todo que tá aí, Lindu morreu e você é o maior cantador vivo depois de mim. Claro que eu nunca ia chegar aos pés de Seu Luiz, então,eu tô naquela, eu tô fazendo o meu trabalho. Não que eles acham que Zinho é isso, Zinho é aquilo. Tem muitos que tão por aí cantando que têm muito valor. Eu acho que eu sou um operário do forró, eu faço a coisa do jeito que o rei mandou, do jeito que eu sei fazer, e eles gostam, só isso.
(...)

"Eu gosto de estar no meio dessa meninada, no meio de vocês. Porque eu gosto do forró pé-de-serra, eu gosto dessa energia que eles passam pra gente. Eles dizem que sou eu que passo pra eles, mas não. É eles que passam pra mim. Eu fico contente, eu vivo isso aqui. Eu tava no Nordeste fazendo Sâo João e dizendo tô doido pra ir pra Itaúnas, pra ir pro Sudeste porque eu tô morrendo de saudades, porque eu não me acostumo com isso mais não. Lá é bom o dinheiro. Aqui é bom a musicalidade, aqui é bom a energia, aqui é bom você estar no meio dessa meninada, sendo paparicado por eles, sendo endeusado por eles. Isso é ótimo e pronto. Eu tô com 63 anos, a cabeça com energia, a cabeça jovem. Eu não sou antiquado. Sou uma pessoa com mentalidade jovem, mas com 63 anos. Conheço muita gente com a minha idade já jogando dominó, jogando baralhinho pra passar o tempo. Eu não, vivo minha vida, eu componho, eu viajo muito, eu vejo muita gente, sou beijado por todos. Como é que eu vou ficar velho?

(...)
"Quando eu subo no palco eu me transformo, eu sei que eu me transformo. Quando eu subo eu não sou a mesma pessoa. Alguma coisa acontece, fico cego num vejo ninguém e vejo todo mundo. Mas pode ter certeza que alguma coisa acontece no palco comigo quando eu subo.

(...)
"Forró é minha vida. O forró é minha mulher, é o meu maior amor. Acho que se parasse de cantar agora e continuasse vivo, eu preferia morrer. Se eu ficasse vivo como eu estou vivo, mas impedido de cantar forró, eu acho que - eu não ia tentar me suicidar não -, mas eu preferia morrer do que ver passar o tempo sem poder cantar. Então, pra mim o forró é tudo. Eu não tenho o forró como uma distração, eu num tenho forró como um interesse, por interesse, por dinheiro, ah porque o forró me traz felicidade, em termo de financeiro. O forró mulheriu, eu não gosto disso, pra mim isso é segundo plano. Eu tenho o forró no coração, na alma. E canto forró porque eu amo o forró, mastigo, bebo forró. Tanto mastigo como bebo. Pra mim ele é tudo na vida. Tudo na vida. Quando eu subo no palco, pra mim eu num admito um erro sequer. E quando um dos músicos erra e quando eu erro, eu não me perdoo. Porque está faltando alguma coisa, às vezes a gente esquece as letras, mas o forró pra mim é isso, é tudo. É a minha vida, vida minha e por toda vida vai ser desse jeito."
(E ele abriu um doce e sincero sorriso no final)

Agora comente este post deixando uma história ou uma lembrança que você tenha do Mestre que nos deixou neste domingo, dia 31...

Pra mim, ele será sempre um exemplo de superação e de otimismo. Que ele vá com Deus e faça muito forró lá no céu ao lado dos outros que o precederam.

Hoje tem forró no céu, Mestre Zinho chegou lá

Ainda meio trêmula e sem acreditar, passo a vocês a notícia que recebi há pouco da amiga Tannetti: no fim da tarde deste domingo (31), nosso querido Mestre Zinho foi fazer forró ao lado de Luiz Gonzaga, Marinês, Lindú e Jackson do Pandeiro. Ele, que lutava contra várias doenças, dificuldades e sequelas de um acidente, dessa vez não resistiu às ações de um nódulo que crescia no pescoço e se foi.

Abaixo, a notícia publicada pelo site Gazetaweb sobre a morte do Mestre. Em seguida, coloco um resumo que fiz da trajetória dele (não copiei a do site de notícias porque achei confusa).

Sugiro a todos que vivem no Rio que façam uma forcinha para ir à despedida do Zinho e dar um abraço na família. Quem não puder ir, faça uma oração pela alma daquele que emocionou a tanta gente em seus 65 anos de vida (o site colocou a idade dele errada, acredito).

Vá em paz, Mestre!

Morre no Rio o alagoano Zinho, mestre do forró

Cantor se recuperava de tratamento de câncer em hospital desde o último dia 22; o sepultamento será na capital carioca

Gazetaweb

Erivan Alves de Almeida, 63 anos, alagoano que ficou conhecido no Brasil inteiro como Zinho, o mestre do forró, faleceu por volta das 17h deste domingo no Hospital Mário Kröeff, no bairro da Penha, cidade do Rio de Janeiro. O cantor e compositor, nascido em Rio Largo, recuperava-se do tratamento de um câncer de próstata e havia sido surpreeendido pelo crescimento de um nódulo pescoço. Em virtude disso, o músico estava internado desde o último dia 22.O sepultamento será no Rio de Janeiro. O local e o horário ainda será definido.

"Ele já tinha outra família constituída aqui no Rio de Janeiro e não achamos justo tirá-lo daqui para sepultar em Maceió. Ainda estamos decidindo onde será sepultado, pois a médica ainda não liberou o corpo para o velório"- explica Márcio Roberto de Almeida, o segundo, dos cinco filhos, do primeiro casamento do cantor.

De acordo com Margô Casas, esposa de Zinho, o cantor estava se alimentando com sonda, respirando com a ajuda de aparelhos e passava a maior parte do tempo sedado. O filho do cantor, Márcio Roberto, disse por telefone que o pai não reagia a estímulos desde a sexta-feira. Neste domingo ele teve uma parada cardíaca.

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Quem foi Mestre Zinho
por Adriana Caitano

Não é à toa que Erivan Alves de Almeida levava o título de mestre. Neto de Mestre Bruno, um daqueles sanfoneiros de oito baixos que só o Nordeste sabe gerar, Zinho, como ficou conhecido já na infância, cresceu com o talento e o amor pelo forró pé-de-serra correndo nas veias. Talento que foi reconhecido pelo próprio Rei do Baião e foi aclamado por milhares de forrozeiros do País. Aos 65 anos de idade e mais de 30 de carreira, o mestre do triângulo que tinha a voz mais bonita do forró partiu na tarde do dia 31 de janeiro de 2010.

Da infância em meio à pobreza e à seca, o cantor nascido em Rio Largo, Alagoas, guardou a força nordestina e as influências dos antigos trovadores, que marcam sua voz. O timbre doce, balanceado e ao mesmo tempo alegre, grave e forte, chamou a atenção até mesmo de ninguém menos que Luiz Gonzaga. Zinho contava que, quando estava à beira da morte, no hospital, Gonzagão o chamou e disse: "Depois de mim e Lindú (vocalista do Trio Nordestino, já morto na época), você é o melhor cantor de forró vivo. Não é para você se achar não viu, carrega essa bandeira".

Obediente, Mestre Zinho, que foi vocalista do grupo Os Três do Nordeste por oito anos, seguiu direitinho o pedido do grande rei. Levantou bem alto a bandeira do forró pé-de-serra e a levou a todos os cantos por onde passou. Já em carreira solo, havia gravado o disco "Murro em ponta de faca", com a participação de Dominguinhos, Amelinha e Luiz Gonzaga, um ano antes da morte do rei. Desde então não parou mais. Nem mesmo quando sofreu um acidente de carro, em 1987, que lhe tirou parte dos movimentos de uma das mãos, um câncer de próstata em 2006, uma cirurgia cardíaca em 2008. No mesmo ano, Zinho teve uma paralisia facial e passou a se apresentar com ainda mais dificuldades. Assistir seu show assim era triste, dolorido, mas emocionante.

Durante a carreira solo, fez participações importantes, como no álbum "Fruto", de Elba Ramalho, e no projeto "Forró de cabo a rabo", promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil. Lançou outros discos e CDs, como "De documento na mão", "Aí o bicho pega", "Forró do apagão" e "Gelo na farinha". Em 2007, foi a vez de "Canta o que o povo gosta" e em 2008 gravou em São Paulo um álbum ao vivo.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre a internação de Mestre Zinho

(não peguei informações exclusivas porque estou sem tempo, me desculpem)

DO JORNAL GAZETA DE ALAGOAS, 26/01/10:

Zinho está internado em estado grave, no Rio

Músico se recuperava de um câncer de próstata quando foi surpreendido por um nódulo no pescoço


Erivan Alves de Almeida, 67 anos, que ficou conhecido no Brasil inteiro como Zinho, o mestre do forró, está internado em estado grave, no Hospital Mário Kröess, localizado no bairro da Penha, cidade do Rio de Janeiro. O cantor e compositor, nascido em Rio Largo, recuperava-se do tratamento de um câncer de próstata, quando foi surpreeendido pelo crescimento de um nódulo pescoço. Por conta disso, o músico está internado, desde a última sexta-feira (22) e os médicos aguardam que ele melhore seu quadro de saúde para realizar uma tomografia computadorizada.

De acordo com a Margô Casas, esposa de Zinho, o cantor está se alimentando com sonda, respirando com a ajuda de aparelhos e passa a maior parte do tempo sedado. "Mas, quando ele acorda, quer a família por perto. Há quatro dias estamos aqui e eu ainda não fui em casa”, contou ela, que é enfermeira do mesmo hospital.

Margô Casas também afirmou que tem recebido a solidariedade de muitos amigos e fãs do artista. “Peço que continuem rezando por ele. Tenho que certeza que as orações estão sendo muito importantes”, disse.

Apesar de confiante, ela afirmou que está desconfiando da demora dos médicos em realizar uma biopsia no paciente. "Ainda não sabemos se é um novo câncer e acho que a equipe médica já deveria ter operado o Zinho. Na verdade, ninguém nos explica direito o que está acontecendo e a família fica aqui, nessa angústia. O caroço tomou conta de todo o pescoço e tenho medo que cresça ainda mais se nada for feito logo", desabafou Margô.

Zinho quer ver o filho

Hoje pela manhã, Zinho pediu para ver o filho Luciano, que mora aqui em Maceió. E para atender ao pedido do forrozeiro, o prefeito Cícero Almeida, que é amigo pessoal do músico, resolveu doar as passagens aéreas que Luciano pudesse ir até o Rio de Janeiro.

Trajetória

No embalo da sanfona, do batuque da zabumba e do tilintar do triângulo, ‘Mestre Zinho’, apelido que ganhou do rei do baião, Luiz Gonzaga, conseguiu fazer sucesso e ter o seu trabalho reconhecido ainda na década de 80.

São deles composições que caíram no gosto popular e, até hoje, ainda estão na ponta da língua de todo mundo: ‘...dancei com documento na mão...’, ‘...ai ai, meu bem, por isso eu não te troco por ninguém... Mas antes de começar carreira solo, o artista participou, por oito anos, do famoso grupo ‘Os Três do Nordeste’, de Campinha Grande. Para conseguir ser selecionado para a vaga de vocalista, ele contou com a ajuda do radialista Romildo Freitas, que à época, apresentava um programa de forró e conhecia a maior parte dos músicos que tocava o tradicional forró pé-de-serra.

No seu disco ‘Murro em ponta de faca’, Zinho trouxe participações ilustres, a exemplo de Dominguinhos, Amelinha e Luiz Gonzaga, que morreu um ano depois.

Nem depois de ter sofrido um grave acidente de carro, em 2006, que tirou parte dos movimentos de uma das suas mãos, Zinho desistiu do forró. Mesmo com dificuldade na coordenação motora, ele conseguiu ser também um dos maiores triangulistas do pé-de-serra.

Durante a carreira solo, Zinho também fez participações em álbuns gravados por outros artistas que, tanto quanto ele, cantam o forró: ‘Fruto’, de Elba Ramalho, e ‘Forró de cabo a rabo’, que foi promovido pelo Centro Cultural Banco do Brasil.

A quem interessar, notícias minhas...

Quem é do forró de Brasília já sabe o motivo, mas os outros leitores do blog devem estar estranhando meu sumiço. Bem, é que não deu tempo direito de explicar. Desde a última terça-feira (26) estou morando em São Paulo. Fui selecionada para um curso que há muito queria fazer na minha área e devo ficar por aqui pelo menos um mês. A aula acaba dia 3 de março, mas pretendo continuar mais um tempo para tentar um emprego na empresa que oferece o curso.

Como ele é muito importante para definir o futuro da minha carreira, tenho que me dedicar a fundo a todas as etapas e, por isso, este blog passa a ter posts mais esporádicos mesmo. Espero que vocês não me abandonem e me ajudem, como uns têm feito me mandando mensagens com informações interessantes. Farei o possível para colocar notícias que eu conseguir por aqui e que sejam relevantes para os forrozeiros de todo o país. Fiquem de olho.

Para quem quer saber como eu estou: resumindo, muito feliz. Conhecendo gente do país inteiro, com ideias e visões bem diversas do mundo. Moro na casa de uma amiga querida de Brasília que vive aqui agora e me acolheu na maior boa vontade. Me sinto muito bem em São Paulo, acreditem, mesmo com poluição, trânsito e risco de enchentes. Tenho mais dificuldade de me adaptar ao ritmo de acordar cerdo e dormir tarde com coisas para fazer o tempo todo (eu estava de férias forçadas há dois meses) do que à cidade, ao sotaque ou à distância da família e dos amigos - não que não sinta muita falta disso tudo, claro que sinto.

Ainda não deu tempo de passear, ir ao teatro e, principalmente, ao forró. Na verdade, estou evitando porque estou focada no meu desempenho no curso, que é bem puxado e faz parte de um processo seletivo para a empresa (Se alguém estiver com tempo livre e quiser saber o que exatamente estou fazendo, veja aqui). E sobre se vou para o Cerrado Roots, bem, só posso dizer que aqui a folga vai ser "optatória", sabe? Posso ir, mas tenho que deixar trocentas coisas prontas. Logo...

Obrigada pelo carinho inesquecível de todos. Amo vocês!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tem Forroots ao vivo no blog agora

Olá!
A partir de hoje, quem entra no blog Forró Pé-de-Serra DF pode ouvir ao vivo a rádio Forroots, uma rádio online feita lá em Curitiba por um pessoal que, mesmo sem muito apoio financeiro, faz de tudo para divulgar o forró pé-de-serra da melhor maneira possível. Quem foi ao Festival de Itaúnas em 2009 conheceu parte da equipe. Eles estavam transmitindo ao vivo tudo que acontecia lá. A Forroots tem um site bem bacana(www.forroots.com.br), comunidade no orkut e chat no MSN. Quem quiser, pode ajudá-los a se bancar, veja como também no site.

Já que estamos falando de rádio online de forró, apresento a vocês também a Forró Brasileiro, feita pelo DJ Fabrício, de Vitória. A proposta é a mesma, só forró, 24 horas por dia. Ele costuma fazer a cobertura de eventos de forró também, como o Festival de Ilha Grande. No site, www.forrobrasileiro.com.br , ele também coloca notícias e a programação de alguns forrós do país.

Gosto das duas e só coloquei o player da Forroots porque eles me sugeriram isso há muito mais tempo e eu estava enrolando para colocar porque não sabia. Prestigiem ambas, divulguem para os amigos e deixem comentários para eles. Não é nada fácil fazer uma rádio online e o trabalho das duas rádios merece todo o apoio dos forrozeiros.

Boa semana a todos!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

10 motivos para ir ao Cerrado Roots no carnaval

Que Brasília está prestes a ter seu primeiro grande evento de forró pé-de-serra, que vai ser no carnaval (entre os dias 13 e 16 de fevereiro) e se chama Cerrado Roots, todo mundo já sabe. Sei que demorei demais da conta para falar do assunto, mas queria dizer mais que simplesmente o que todo mundo já sabe. Por isso, listei 10 motivos para você ir ao Cerrado Roots. Veja:

1 - Este será o primeiro roots no cerrado. A chance que todos esperavam para ver como os forrozeiros do centro do país se saem organizando um forró de grande duração. Que tal participar dessa aguardada estreia? Daqui a uns anos, quando o Cerrado Roots estiver bem experiente, você poderá dizer que esteve no primeiro e contar muitas histórias.

2 - Tudo bem, é o primeiro. Muitos podem estar com um pé atrás, com medo de não dar certo. Mas que tal participar do primeiro, observar tudo com cuidado e dar sugestões para fazer com que os próximos sejam ainda melhores? É melhor ajudar a fazer mais um evento de forró dar certo do que ficar sentado esperando alguém te contar como foi pra você pensar se vai no outro ano - e criticando sem conhecimento de causa.

3 - Você é de fora e está com preguiça de viajar? Os brasilienses estão acostumados a fazer longas e cansativas viagens para quase todos os festivais e roots do país. E estamos falando às vezes de até 24 horas de estrada. Isso sem reclamar, pelo contrário. A viagem é sempre uma bagunça só (no bom sentido). Agora é a vez de todo mundo fazer uma forcinha para estar aqui e os brasilienses receberem o pessoal dos outros estados. Vamos lá, uma vez só por ano não dói.

4 - Brasília tem o público mais animado do forró. E não são só os brasilienses que dizem, são praticamente todas as bandas que vêm aqui e os jurados do Festival de Itaúnas e do Festival de Ilha Grande, que deram o prêmio aos representantes que foram aos respectivos eventos em 2009. É difícil um show aqui ser sem graça, já que o pessoal sempre está com o astral lá em cima e é bastante receptivo. Imagina todo mundo junto no roots!

5 - Falando em ser receptivo, homens, fiquem certos de que as meninas de Brasília vão recebê-los muito bem. Todas adoram dançar e não costumam recusar uma dança com um forrozeiro (meninas, não me desmintam!). E mulherada, aqui tem muito homem bonito e que adora xamegar também. Então, ninguém vai poder reclamar.

6 - Ao contrário do que muita gente pensa, Brasília não tem só política e escândalos. Você já viu o céu brasiliense em dias de sol? É mundialmente conhecido, lindo mesmo. Um azul sem fim. Tá, o céu é azul em qualquer lugar do mundo, mas aqui é mais. É o que dizem. E as árvores retorcidas, o clima ameno - nem muito frio nem muito quente (só um tanto seco, portanto, beba muita água) - a belíssima arquitetura... E de qualquer lugar que você vier, vai perceber que aqui é diferente de tudo, meio cara de capital, meio cidade do interior, sem esquinas, tudo setorizado. Estranho, mas interessante.

7 - Tá, o roots não vai ser lá, perto dos monumentos, mas você poderá conhecê-los, se quiser. Isso se tiver coragem de deixar para trás tudo o que o Cerrado Roots vai oferecer. O espaço físico por exemplo, um dos melhores de todos os roots do país, garanto. Falo isso com conhecimento de causa. Frequentei o lugar onde vai ser o roots quando era clube e depois hotel fazenda. É enorme, bem organizado, cheio de árvores, uma piscina grande e, o melhor, um salão muito bom. Além de amplo, tem um ótimo piso para dançar e varandas ao redor. O refeitório fica no andar de cima, bem grandinho também. Os chalés são arrumadinhos e organizados. Cada um tem o nome de um fruto do cerrado. E pra quem vai ficar no camping, uma boa notícia: o banho é num lugar limpinho, organizado e com chuveiro quente! Vejam algumas fotos no site.

8 - Ao invés de ficar assistindo ao desfile das escolas de samba pela televisão,você poderá se divertir de verdade com gente de vários lugares do país e com boa música. E se você é de Brasília, aposto que já reclamou do carnaval por aqui. Sem alternativas muito interessantes, os nativos costumam gastar dinheiro para ir para qualquer lugar, mesmo sem graça, só para fugir. Agora não tem desculpa, você não precisa viajar, fique aqui, curta o Cerrado Roots e economize dinheiro. Não é um bom negócio?

9 - Falando em dinheiro, a economia vai ser para todos. O preço do pacote está bem em conta. O máximo que você vai pagar de passaporte é R$ 200, e nisso estão incluídos o café-da-manhã, o almoço, as entradas para os shows e o camping.

10 - Por fim, a parte que mais interessa num evento de forró: os shows. Para começar, quem está organizando tudo é o pessoal do Raízes do Sertão, o grupo que ficou em segundo lugar no Festival de Itaúnas e em primeiro no de Ilha Grande em 2009. E é claro que eles também vão se apresentar. Além deles tem: Meketréfe (SP), Trio Balancê (BH), Trio Araçá (DF/SP), Filhos do Nordeste (RJ), Trio Araripe (SP), Pisamaneiro (SP), Trio Marrom (SP), Os Cabras (RJ), Trio Xamego (SP), Trio Tradição (DF), Coisa de Zé (SP), Trio Alvorada (SP), Trio Dona Zefa (SP), Edson Duarte (CE), Trio Sucupira, Baião Matuto, Os Democráticos e Trio Clandestino.

Bem, é bom lembrar que a lista não é imparcial porque não falei como jornalista, mas como forrozeira brasiliense. Essas são as minhas opiniões e acredito de verdade nelas. Se você não concorda ou acha que me esqueci de algumas coisas, deixe um comentário no blog, que é um espaço democrático. Ah, e se tiver dúvidas, entre no site do Cerrado Roots ( www.cerradoroots.com.br ), onde há fotos do espaço, preços, programação e espaço para recados, e na comunidade do orkut do evento.

Programação de forró desta semana (14 a 19/01)

Atenção para a programação forrozeira desta semana em Brasília:

Hoje, quinta (14), tem Trio Dona Zefa (SP) e Salve Jorge em mais uma edição do projeto A Voz do Brasil, no Clube do Rocha. Ingressos a 16 reais o feminino e 21 reais o masculino. Informações no site www.arenadoforro.com.br.

Na sexta (15), no Ispilicute, , pela primeira vez em Brasília, tem Bruninho do Acordeon, baiano bem animado que ficou entre os finalistas do Festival de Forró de Itaúnas em 2009. O Raízes do Sertão (DF) - que ficou em segundo lugar no mesmo festival - também se apresenta lá, com a empolgação que todos nós conhecemos. Ingressos a 10 reais até 22h. Depois, 15 mulheres e 20 homens. Saiba mais no site www.forroispilicute.com.br.

Sábado (16), tem mais uma edição do forró do Arena especial de férias, desta vez com o quinteto Dona Zaíra (SP), querido pelos forrozeiros da cidade. Ingressos a 10 reais até 22h e para quem estiver com nome na lista ou 15 reais após as 22h. Informações no site www.arenadoforro.com.br.

Domingo (17), tem mais um Forró Sol e Lua, no Caribeño, com Forró Lunar. E os meninos da banda se apresentam também na próxima terça-feira (19) no Poizé de Águas Claras. Informações sobre toda a agenda deles: www.forrolunar.com.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Programação de forró desta semana

Atenção para a programação forrozeira desta semana em Brasília:

Hoje, quinta-feira, dia 7, tem o projeto de férias A Voz do Brasil, no Clube do Rocha, que fica no Setor de Clubes Sul. É o evento substituto do Arena do Forró de quinta. Ou seja, até o carnaval, na quinta-feira tem samba e forró no Clube do Rocha, não no Arena. As atrações de hoje são a Banda Moinho, com muito samba-rock, e o Forró Lunar. Informações: www.arenadoforro.com.br.

Na sexta, dia 8, o Forró Lunar se apresenta de 20h às 23h no Restaurante Fulô do Sertão, na 404 Norte. Informações no site www.fulodosertao.com.br.

Também na sexta, às 20h30, começa o primeiro Forró Ispilicute de 2010, com o Trio Classe A e a banda Caranova. Lá termina às 3h da manhã, então dá tempo de ir aos dois, certo? Saiba mais no site www.forroispilicute.com.br

E se, por enquanto, não tem forró no Arena na quinta, tem no sábado. Neste dia 9, tem Raízes do Sertão e Paulinho do Forró, a partir de 21h. Informações também no site www.arenadoforro.com.br.

Domingo, dia 10, tem mais um Forró Sol e Lua, no Caribeño, com Forró Lunar. Informações: www.forrolunar.com

É isso. Aproveitem bem as férias com muito forró!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Regência (ES) é o novo point dos forrozeiros

Nem Itaúnas, nem Caraíva, o point dos forrozeiros nesta virada de ano foi a Vila de Regência-ES. Muita gente tem dito isso, portanto, resolvi dedicar o primeiro post de 2010 ao local que é conhecido também como Regis.

Desde que fui para o Festival de Ilha Grande, em dezembro, ouço falar nisso. Posso ter ficado sabendo bem tarde, mas achei interessante os comentários. Diziam que Regência estava se transformando em uma ótima alternativa a Itaúnas no Reveillón, já que, nessa época, a velha vila que sempre recebe forrozeiros fica mais cheia e com uma galera curtindo do funk ao trance.

Pelo que pesquisei, já faz um tempo que os forrozeiros descobriram que Regência seria perfeita para aliar tranquilidade, belezas naturais e, claro, forró do bom. Mas o boca-a-boca ficou mais forte em 2009. Para se ter uma ideia, na programação dos últimos dias lá teve Trio Dona Zefa, Trio Sabiá, Trio Potiguá, Quarteto Capixaba, Trio Xamego e Pisamaneiro. Não conheço o lugar ainda, mas amigos próximos foram e me garantiram que é maravilhoso.

Vendo fotos e lendo comentários, percebi que o local tem muitas semelhanças com Itaúnas. Preservação do meio ambiente (lá tem filial do Projeto Tamar) e das manifestações culturais (tem também banda de congo) são algumas delas. Um ponto de destaque sobre a vila é a qualidade das ondas, muito comentada entre os surfistas.

No site da vila, há a seguinte descrição de Regência:
"A Vila de Regência está a 120 km ao norte de Vitória. Um local preservado, com um povo simples, descendentes de índios, caboclos e pescadores. Situada na área da Reserva Biológica de Comboios, a foz do Rio Doce brinda nossa vila trazendo vida e sustento para as famílias, nutrindo a vida marinha com exuberância e esplendor. A Vila de Regência está se integrando ao ecoturismo preservando sua cultura e seus valores, como a banda de Congo, a Festa do Herói Nacional Caboclo Bernardo, a vida simples, o rio Doce, as praias preservadas e as tartarugas marinhas. E para completar, nossa praia está entre as melhores para a prática de surf no Brasil."

Posso ter dado a dica meio tarde, mas fica registrada para quem quer conhecer o local em outras épocas do ano, como o Carnaval, ou no próximo Reveillón. Acompanhe a comunidade da vila no Orkut. Peço a quem esteve lá que deixe comentários aqui no blog com suas impressões.
Inté!