terça-feira, 29 de setembro de 2009

Marinês e sua Gente no Correio Braziliense!

Quando cheguei em casa ontem, meu pai disse que tinha separado uma página do jornal de sábado para mim. Achei que fosse sobre algum assunto que eu tenho trabalhado, mas quando vi fiquei muito feliz. Mais uma vez o jornal Correio Braziliense aqui de Brasília deu espaço para nosso querido forró pé-de-serra. A capa do caderno de cultura foi sobre Marcos Farias, o filho da Marinês que mora aqui. Nem preciso dizer muito a respeito. Deem uma lida. Quem quiser ler a reportagem na página do jornal e ainda ouvir a música Vem ficar comigo, do disco Dedicado a vocês, de Sheilami (esposa do Marcos), clique aqui.

A GENTE DE MARINÊS
Herdeiros da eterna rainha do forró moram em Taguatinga e mantêm viva a pegada nordestina da sanfona, do triângulo e do zabumba
por Irlam Rocha Lima



O espírito alegre e festeiro de Marinês paira no ambiente de um apartamento do edifício Panorama, em Taguatinga Norte. Lá, ela é cultuada pela família Farias: Marcos, Sheilami, Davi e Emmanuel — filho, nora e netos da eterna rainha do forró —, que levam adiante o legado daquela que foi chamada por Gilberto Gil de “a grande mãe da música nordestina”.

Mesmo morando fora do eixo Rio-São Paulo, o sanfoneiro Marcos Farias é um dos mais requisitados produtores de discos do país. Seu nome pode ser visto no crédito de discos de artistas como Elba Ramalho, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Genival Lacerda e Mastruz com Leite, entre outros. Além disso, é convocado, com frequência, para acompanhar os “conterrâneos” em shows.

Ele assina, por exemplo, a produção de Grande encontro 3, CD e DVD com a participação de Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo. Mas foi com a mãe, também conhecida como “Luiz Gonzaga de saias” (apelido dado por Dominguinhos), que ele mais trabalhou nos últimos anos — tanto em estúdio quanto nos palcos da vida.

“Quando mamãe completou 50 anos de carreira, em 1999, produzi, junto com Elba, o álbum comemorativo, com a participação de Elba, Zé Ramalho, Geraldinho, Alceu (Valença), Genival Lacerda, Lenine, Chico César, Ney Matogrosso, Moraes Moreira e Margareth Menezes. O Gil iria tomar parte, mas na época, como estava com problema nas cordas vocais, ficou de fora. Mesmo assim, homenageou Marinês, escrevendo o texto de apresentação do disco”, lembra Marcos, filho do grande Abdias, ex-diretor da gravadora Columbia (atual Sony Music), que herdou do pai o gosto pelos teclados.

Marcos também produziu os últimos registros fonográficos da matriarca, o CD Marinês, hoje e sempre e o book-CD Marinês canta a Paraíba. “O disco, gravado com a participação da Orquestra Sinfônica da Paraíba, veio encartado no livro que focaliza a vida e a obra de minha mãe”, conta.

Carioca, criado no Nordeste, onde se tornou músico profissional, Marcos está radicado em Brasília há 10 anos. Aqui, casou-se com Sheilami em 1999 e logo em seguida montou um estúdio no Núcleo Bandeirante. Em 2004, depois de cumprir temporada de três meses em Nova York, como cantor e produtor, voltou ao Brasil. Seguiu para Fortaleza, contratado pelo estúdio Som Zoom. Ao retornar ao DF, foi morar em Taguatinga.

Marcos produziu, igualmente, discos de artistas brasilienses, entre os quais os do cantor Nilson Lima e o da banda de forró Zambumba Azul, além, é claro, os dois mais recentes da mulher, Sheilami. Orgulhoso da família, fala com entusiasmo dos filhos Davi e Emmanuel, que seguem os passos dos pais e dos avós. “A música e o forró estão no DNA dos dois.”

Responsável pelo espólio artístico da mãe, Marcos prepara-se para produzir o CD póstumo Gente de Marinês, o primeiro com músicas do repertório dela, morta em 2007. Porém, o projeto mais ambicioso é o memorial que pretende instalar em algum local de Brasília. “No memorial serão reunidas peças do acervo deixado por mamãe, como sua coleção de discos, as roupas e os adereços que usava nos shows, fotos, matérias publicadas por jornais e revistas e vídeos de programas de televisão”, adianta. “Todo esse material estará digitalizado e com acesso gratuito. Num pendrive o visitante poderá baixar o que lhe interessar para uso em pesquisa, por exemplo.”

Família musical


Filha de Zé do Norte, um dos pioneiros do forró na capital, onde esteve à frente de casas de shows no Conic, Pistão Sul e Ceilândia, Sheilami já havia iniciado a carreira artística quando conheceu Marcos Farias, com quem se casou há 16 anos. A cantora, que costuma fazer apresentações em cidades do DF, do Nordeste, e em São Paulo, tem seis discos gravados — os três primeiros produzidos por Dominguinhos e Oswaldinho do Acordeon, e os três últimos pelo marido.

Dedicado a vocês, o CD recente, acaba de ser lançado e é totalmente dedicado à obra de Dominguinhos. Entre as músicas gravadas estão parcerias do sanfoneiro pernambucano com parceiros como Fausto Nilo (Sem saída), Anastácia (Contrato de separação), Nando Cordel (Dedicado a vocês), Manduka (Quem me levará sou eu), Djavan (Retrato da vida) e Gilberto Gil (Lamento sertanejo).

“Na última faixa, Vem ficar comigo, outra composição de Dominguinhos e Nando Cordel, para minha alegria, conto com a participação de Marcos e dos meus filhos Davi e Emanuel”, comenta.

Davi, 15 anos, é o filho mais velho de Marcos e Sheilami. Estudante da sétima série do Colégio do Sesc, em Taguatinga Norte, é baterista e já acompanha o pai, desde o ano passado, em algumas apresentações. O irmão Emmanuel, do alto dos seus 8 anos, revela convicto que, embora tenha muito interesse por informática, quer seguir carreira musical. Toca guitarra e violão e vê o pai como exemplo. Sonha tocar com ele em shows.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tato do Falamansa com o Forró Lunar

No próximo domingo, dia 4 de outubro, o Forró Sol e Lua recebe um convidado especial. Além do Forró Lunar, banda residente do evento, Tato do Falamansa vai animar os forrozeiros assíduos do Caribeño.

O forró vai começar às 19h e os ingressos custam R$ 15 antecipados. A compra pode ser feita no próprio Caribeño ou no Macarrão na Rua, que fica na 208 norte.
Informações: 9220-7049

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Antes que alguém comente alguma coisa, este blog é democrático e pretende sim dar espaço a todo mundo que quer valorizar o forró pé-de-serra. Às vezes eu não falo de todo mundo porque não tenho tempo.
Minha cabeça mudou muito, um dia desses faço um post comentando o quanto aprendi nos últimos meses. O resumo: diga não ao radicalismo musical!!
Abraços a todos!

Arena do Forró completa 5 anos com festa o mês todo

No dia 30 de setembro, um dos forrós mais tradicionais e animados da capital completa 5 anos. Motivo para comemorar é o que na falta. Em Brasília, dificilmente um evento ou uma boate dura muito mais que um ano. As festas por aqui costumam ser sazonais, são moda quando aparecem e logo perdem a força, o público, e fecham. Com o Arena do Forró tem sido diferente.

Em 2004, um grupo de jovens universitários costumava se reunir após as aulas em um barzinho da capital para ouvir uma banda de forró que ainda estava no começo e nem sanfoneiro tinha, a Xote e o Mundo. O movimento cresceu e surgiu a necessidade de profissionalizar o grupo e aumentar o espaço. Foi aí que o produtor Gilson Mendes, que tem sangue nordestino correndo nas veias, resolveu procurar um lugar onde o forró pudesse ser apreciado com freqüência.

O Arena Futebol Clube, onde já havia eventos de música brasileira sexta-feira, era o local perfeito. O dono é pernambucano e adorou a ideia. Assim, desde o dia 30 de setembro de 2004, o forró de quinta-feira nunca falhou. A banda Xote e o Mundo era residente, mas depois vieram outros grupos de Brasília, como Trio Araçá, Forró Lunar, Pé de Cerrado (que sempre teve uma parte do repertório forrozeiro), Trio Balanceado, Raízes do Sertão. Além deles, praticamente todos os grupos do cenário forrozeiro do Sudeste já passaram pelo Arena, mesmo no início da carreira.

De lá pra cá, o tradicional forró de quinta-feira já se estendeu para alguns sábados, teve Arraial, festas especiais. Sempre com convidados ilustríssimos, como Dominguinhos, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Santanna o Cantador, Bicho de Pé, Mestre Zinho, Trio Xamego e por aí vai. Mas tendo data especial ou não, toda quinta-feira os forrozeiros de Brasília estão lá no Arena do Forró, apreciando e cultivando o verdadeiro pé-de-serra.

Para comemorar mais um ano de tradição, o Arena do Forró resolveu fazer um mês de festa. Em outubro, grupos que fizeram parte dessa bonita história voltam a tocar naquele palco tão democrático que aceita até misturas com reggae, samba e chorinho.

Para começar, no dia 1º de outubro, a festa é de Brasília. Todos os grupos da cidade que mantêm alguma relação com o forró vão estar lá. Trio Araçá – que surgiu na capital e hoje vive em São Paulo -, Xote e o Mundo, Pé de Cerrado, Forró Lunar, Trio Balanceado, Raízes do Sertão, Caranova, Trio Forró do Bom e outros convidados do chorinho e do samba vão misturar tudo no palco. Zabumbeiro de um com sanfoneiro do outro, forró, xote, baião com reggae e choro, enfim, tudo para fazer a festa que promete ser a mais animada de todos os aniversários, do jeito que o forró de Brasília merece.

A programação do resto do mês é a seguinte: Dia 8 de outubro – Forrobodó (com nova formação) e convidados; Dia 10 de outubro (sábado) - Banda Bicho de Pé e Salve Jorge; Dia 15 de outubro - Trio Araripe; Dia 22 de outubro - Trio Juriti (lançamento do CD) e Meketréfe (de volta com nova formação).

Serviço:
Festa de 5 anos do Arena do Forró
Quinta-feira (1/10)
Trio Araçá, Forró Lunar, Raízes do Sertão, Trio Balanceado, Xote e o Mundo, Zabumbazul, Paulinho do Forró e convidados
Local: Arena Futebol Clube – Setor de Clubes Sul trecho 3
Horário: 21h
Entrada: R$ 15 - R$ 10 com o nome na lista do site www.arenadoforro.com.br
Classificação: 18 anos
Informações: www.arenadoforro.com.br e 9982-0123

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Faiscada completa 6 anos...

Pessoal, recebi um e-mail do nosso queridíssimo amigo Leonardo Castro, o Leo Faiscada, lembrando que no dia 21 de setembro o Faiscada completaria 6 anos. Infelizmente, a última edição oficial foi no dia 17 de agosto de 2008, quando o Leo se despedia do Brasil para ir morar na Austrália, onde está até hoje.

Todo bom forrozeiro de Brasília - e muitos de fora que já passaram por aqui - vai se lembrar com saudades daquelas jovens e animadas tardes de domingo na casa dele. Música da melhor qualidade, ambiente agradável, pôr-do-sol... Cada um tem uma história pra contar. Abaixo, segue a dele.

"Lembrando...
Dia 21 de Setembro de 2003 começava o projeto mais lindo de todos: FAISCADA! Por acaso era na minha casa e tive o prazer e a responsbilidade de começar junto com o
Pezão, Chico, amigos e demos continuidade com tantos irmãos, Salve Salve Bruninho, Marcinho, Saviola, Liane, Willian, Will,James,Dri.. Cia... Nunca é demais lembrar e
relembrar desses momentos e dessas pessoas! Foram 5 anos nas tardes de Domingo que marcaram muito a minha vida e a vida de tantos!

Lembrar não custa nada, né! Mas lembrar de tantos tantos momentos com Trio Perfumado, Trio Araça, Marines, Trio Nordestino, Os Tres do Nordeste, Trio Juazeiro, Mestre Zinho, Trio Xamego, Os 4 mesnageiros, Ratinho com Trio Jerimum, Trio Classe A, Pinto do acordeon, Duani e tantoooooos e tantooooooss! Não tem preço!
Meu coração transborda de saudade!

Há 6 anos, direto do túnel do tempo...kkk

Muito amor!
Leo Castro"

O Meketréfe está de volta!

Vou aproveitar que arrumei um tempinho pra escrever aqui e dar uma notícia que já tô sabendo há um tempo, mas tinha me esquecido de contar pra vocês.

Há uns meses eu falei que o grupo Meketréfe tinha passado por um momento difícil, que o Diego, vocalista e zabumbeiro, tinha saído e eles estavam à procura de alguém pra substituí-lo, certo? Imaginei que seria difícil achar alguém com o perfil do grupo, animado, fuleiro (no bom sentido, meninos), com cara de mequetrefe e que ainda soubesse cantar, tocar zabumba e rebolar igual ao Felipinho, Tiaguinho e Dilu.

Mas quem diria! O 4º meketréfe estava bem ali, embaixo do nariz de todo mundo! Cara de mequetrefe, engraçado, rebolador, empolgado, zabumbeiro e com uma linda voz, o Vinicinho virou Meketréfe!! Sim, é aquele mesmo que era dos 4 Mensageiros e estava no Forrobodó. Agora, ele vai usar o chapeuzinho que transforma pequenos meninos brincalhões em sucesso absoluto. Calma, o chapéu não é mágico, é que eles têm muito talento mesmo, o figurino é só um acessório.

E aí vocês perguntam: e o Forrobodó?? Feijoli e Erivaldinho ficaram abandonados, tristes e morrendo de raiva? Nada disso! Adivinha quem vai substituir o Vinicinho no trio? Diego, ele mesmo, o que era do Meketréfe. Assim, o Forrobodó, que sempre foi conhecido pela qualidade musical e a animação dos meninos, continua um sucesso. Todo mundo saiu ganhando nessa história. E sem mágoas.

Ah, tem mais! Os dois grupos já têm data marcada para tocar em Brasília, no mês de aniversário do Arena do Forró. Dia 8 de outubro, chega o novo Forrobodó. Dia 22, tem o lançamento do CD do Trio Juriti (que saudade do Scurinho, a Thaís e o Mestrinho!) junto com o Meketréfe reformulado e cheio de energia. Afinal, fazia um bom tempo que eles não vinham por aqui, não é?

Quem quer matar a saudade, veja aqui o vídeo divertido que a produção deles fez, só pra dar água na boca. Sejam bem-vindos de volta, meninos!

Eu quero meu sertão de volta!

Olá a todos!
Continuo ausente por causa da correria do trabalho e por estar sem internet em casa, mas volto rapidinho com um texto/manifesto do produtor cultural Anselmo Alves, de março de 2008. Quem me enviou foi o leitor Nilson Araújo, que acompanha o blog lá de Pernambuco. Estão lembrados do texto que coloquei dizendo que poderia ser do Ariano Suassuna? Bem, o Nilson disse que na verdade aquele texto era uma resposta ao que está abaixo e foi escrito, na verdade, pelo jornalista/escritor/crítico musical José Teles, do jornal do Comércio, de Recife, não pelo poeta Suassuna.
O texto que motivou a discussão está aqui e realmente nos faz pensar bem no que está sendo feito com a cultura nordestina. E olha que quem reclama são os próprios nordestinos, o que reforça o sentimento dos forrozeiros do Centro-Sul. Leiam e comentem.
Beijão!

Eu quero meu sertão de volta!
Anselmo Alves

Nos últimos dez anos tenho viajado freqüentemente pelo sertão de Pernambuco, e assistido, não sem revolta, a um processo cruel de desconstrução da cultura sertaneja com a conivência da maioria das prefeituras e rádios do interior. Em todos os espaços de convivência, praças, bares, e na quase maioria dos shows, o que se escuta é música de péssima qualidade que, não raro, desqualifica e coisifica a mulher e embrutece o homem.

O que adianta as campanhas bem intencionadas do governo federal contra o alcoolismo e a prostituição infantil, quando a população canta "beber, cair e levantar", ou "dinheiro na mão e calcinha no chão" ? O que adianta o governo estadual criar novas delegacias da mulher se elas próprias também cantam e rebolam ao som de letras que incitam à violência sexual? O que dizer de homens que se divertem cantando "vou soltar uma bomba no cabaré e vai ser pedaço de puta pra todo lado" ? Será que são esses trogloditas que chegam em casa, depois de beber, cair e levantar, e surram suas mulheres e abusam de suas filhas e enteadas? Por onde andam as mulheres que fizeram o movimento feminista, tão atuante nos anos 70 e 80, que não reagem contra essa onda musical grosseira e violenta? Se fazem alguma coisa, tem sido de forma muito discreta, pois leio os três jornais de maior circulação no estado todos os dias, e nada encontro que questione tamanha barbárie. E boa parte dos meios de comunicação são coniventes, pois existe muito dinheiro e interesses envolvidos na disseminação dessas músicas de baixa qualidade.

E não pensem que essa avalanche de mediocridade atinge apenas os menos favorecidos da base de nossa pirâmide social, e com menor grau de instrução escolar. Cansei de ver (e ouvir) jovens que estacionam onde bem entendem, escancaram a mala de seus carros exibindo, como pavões emplumados, seus moderníssimos equipamentos de som e vídeo na execução exageradamente alta dos cds e dvds dessas bandas que se dizem de forró eletrônico. O que fazem os promotores de justiça, juízes, delegados que não coíbem, dentro de suas áreas de atuação, esses abusos?

Quando Luiz Gonzaga e seus grandes parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas criaram o forró, não imaginavam que depois de suas mortes essas bandas que hoje se multiplicam pelo Brasil praticassem um estelionato poético ao usarem o nome forró para a música que fazem. O que esses conjuntos musicais praticam não é forro! O forró é inspirado na matriz poética do sertanejo; eles se inspiram numa matriz sexual chula! O forró é uma dança alegre e sensual; eles exibem uma coreografia explicitamente sexual! O forró é um gênero musical que agrega vários ritmos como o xote, o baião, o xaxado; eles criaram uma única pancada musical que, em absoluto, não corresponde aos ritmos do forró! E se apresentam como bandas de "forró eletrônico"! Na verdade, Elba Ramalho e o próprio Gonzaga já faziam o verdadeiro forró eletrônico, de qualidade, nos anos 80.

Em contrapartida, o movimento do forró pé-de-serra deixa a desejar na produção de um forró de qualidade. Na maioria das vezes as letras são pouco criativas; tornaram-se reféns de uma mesma temática! Os arranjos executados são parecidos! Pouco se pesquisa no valioso e grande arquivo gonzaguiano. A qualidade técnica e visual da maioria dos cds e dvds também deixa a desejar, e falta uma produção mais cuidadosa para as apresentações em geral.

Da dança da garrafa de Carla Perez até os dias de hoje formou-se uma geração que se acostumou com o lixo musical! Não, meus amigos: não é conservadorismo, nem saudosismo! Mas não é possível o novo sem os alicerces do velho! Que o digam Chico Science e o Cordel do Fogo Encantado que, inspirados nas nossas matrizes musicais, criaram um novo som para o mundo! Não é possível qualidade de vida plena com mediocridade cultural, intolerância, incitamento à violência sexual e ao alcoolismo!

Mas, felizmente, há exemplos que podem ser seguidos. A Prefeitura do Recife tem conseguindo realizar um São João e outras festas de nosso calendário cultural com uma boa curadoria musical e retorno excelente de público. A Fundarpe tem demonstrado a mesma boa vontade ao priorizar projetos de qualidade e relevância cultural.
Escrevendo essas linhas, recordo minha infância em Serra Talhada, ouvindo o maestro Moacir Santos e meu querido tio Edésio em seus encontros musicais, cada um com o seu sax, em verdadeiros diálogos poéticos! Hoje são estrelas no céu do Pajeú das Flores! Eu quero o meu sertão de volta!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dicas pra quem não vai viajar...

Sei que muita gente não vai poder viajar neste feriadão, então, vou deixar algumas dicas aqui:

Pra quem está em Brasília:
*Hoje, sexta-feira, tem Trio Caeté (SP) no Ispilicute (abaixo de tudo, coloco o release que fiz sobre eles).

*Segunda-feira, dia 7, vá ao desfile da Independência na Esplanada dos Ministérios exercer seu papel cívico (tá, essa é brincadeira, mas quem estiver animado...)

*Falando sério agora, na segunda-feira, dia 7, às 17h, vai ter um show do Falamansa na Granja do Torto, DE GRAÇA! Informações no site www.granja2009.com.br. Quem animar...

Pra quem está ou não em Brasília:
*Aproveite o feriado para conhecer melhor três grandes figuras que estão sendo muito lembradas neste ano: Luiz Gonzaga (o mestre que morreu há 20 anos, em agosto de 89), Jackson do Pandeiro (que faria 90 anos em agosto deste ano) e Patativa do Assaré ( o grande poeta nordestino que faria 100 anos em 2009). Pesquise músicas, história, filmes. Sugiro os sites Luiz Lua Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Palavrarte , respectivamente, e os livros Vida de Viajante: a Saga de Luiz Gonzaga, de Dominique Deyfrus; Jackson Do Pandeiro: O Rei Do Ritmo, de Fernando Moura e Antonio Vicente, e Patativa do Assaré: a Trajetória de um Santo, de Luiz Tadeu Feitosa (o único que li foi o do Gonzagão, que é muito bom mesmo).

Bom feriado a todos e divirtam-se com juízo!!

PS: Atenção forrozeiros de Brasília! Semana que vem tem Mariana Mello pela primeira vez no Arena e no Ispilicute. Não percam!!

Como prometido, abaixo o release do Caeté:

Trio Caeté (SP), o trio de 3 Diegos

Nesta semana, Brasília recebe um grupo de forró pé-de-serra que tem se destacado muito no circuito forrozeiro do Sudeste: o Trio Caeté (SP). Finalista do Festival de Forró de Itaúnas de 2009, o trio já era aposta de produtores e outros músicos muito antes do festival e agora apresenta-se no Arena pela primeira vez.

A palavra Caeté, tem origem indígena e significa raiz verdadeira, mata virgem, mato fechado ou verdadeiro. Não é mera coincidência encontrar semelhanças entre o nome e o que representa o trio, que está ligado à pesquisa do que há de mais tradicional na música nordestina. De Luiz Gonzaga a Trio Nordestino, Assissão e Jackson do Pandeiro, o grupo faz questão de valorizar as pérolas do forró.

Não só no título do trio o Caeté traz curiosidades. Coincidência ou não, os integrantes do grupo têm o mesmo nome: Diego. Para não dar confusão, eles resolveram usar os apelidos para diferenciá-los. Assim, o zabumbeiro, Diego Pinheiro, caçula do grupo com 18 anos, ficou Amendoim. Diego Gonçalves, 23 anos, vocalista e trianglista, passou a ser chamado só de Carioca. E o sanfoneiro Diego França, 27 Anos, ficou conhecido como Roxinho.

Os Diegos do Trio Caeté têm feito shows por diversos estados do Brasil e reforçado o posto de promessa da nova geração do forró pé-de-serra. Nas apresentações em Itaúnas, em julho deste ano, fizeram bonito e ganharam mais admiradores e contratos para shows. No de Brasília, pretendem mostrar por que merecem os elogios e como se faz música com raiz verdadeira.

Serviço:
Sexta-feira (04/09)
Trio Caeté (SP)
Local: Forró Ispilicute - Clube Cota Mil, Setor de Clubes Sul, trecho 3
Horário: 20h30
informações: www.forroispilicute.com.br

Camping Roots chegou & Por Amor ao Forró em Curitiba!

Pessoal, em primeiro lugar peço desculpas pelo sumiço. Comecei em um trabalho novo e quase não tenho tido tempo de usar a internet...
Mas não deixei vocês na mão. Tenho coisas a dizer sim.
Bom, provavelmente hoje (sexta-feira) muitos dos forrozeiros do Sudeste e Centro-Oeste estão indo para Itabirito (MG), para mais um delicioso festival, o Camping Roots, curtir uma programação extraordinária de forró 24 horas por dia!

Eu disse que ia falar desse festival aqui, mas acabou não dando tempo. Peço mil desculpas aos amigos organizadores. Mas tenho certeza que vai ser um sucesso. Quem ainda não está com passagem comprada ou uma vaga em algum carro ou excursão (de Brasília vão sair uns 4 carros, não tem excursão), ainda dá tempo.

Esta é a segunda edição do festival organizada pelo "grande" amigo Ardyson, o Pequeno. Pra quem não lembra, ele é um dos mineiros que mais chamam a atenção ao dançar, aparece no filme Por Amor ao Forró várias vezes, sempre com um imenso sorriso no rosto. Enfim, essa figura querida é quem resolveu abraçar a ideia de fazer mais um festival para deleite de todos os apaixonados por forró, em Minas Gerais.

Quem quiser saber mais sobre o Camping Roots, passe no site do evento www.campingroots.com.br . Abaixo, coloco a programação completa.

Antes, explico por que, apesar de fazer tanta propaganda, não vou ao Camping Roots. Neste fim de semana, vou a Curitiba apresentar o filme Por Amor ao Forró no Congresso Internacional de Comunicação (Intercom). Nosso projeto foi escolhido para representar a UnB e o Centro-Oeste todo no prêmio Expocom do evento, na categoria Documentário em Jornalismo. Bom, mesmo se não ganharmos o prêmio, a viagem vai valer a pena para mostrar um pouquinho desse nosso mundo forrozeiro ao povo do Sul e de todas as regiões do Brasil que estarão lá representadas. Outra coisa bacana: Pra quem não sabe, Curitiba é a terra do pessoal da rádio on-line Forroots , vou tentar visitá-los. Mas que vou sentir muito por não estar forrozeando em Minas, isso vou.

Fiquem com a programação do Camping Roots:

* Mestre Zinho - AL
* Trio Xamego - SP
* Trio Juazeiro - BA
* Trio Marrom - SP
* Trio Juriti - SE
* Trio Dona Zefa - SP
* Trio Maracaia - SP
* Forrobodó - SP
* Pisamaneiro - SP
* Trio Classe A - MG
* Trio Rapacuia - RJ
* Trio Balancê - MG
* Trio Alvorada - SP
* Pisada Nordestina - ES
* Trio Sucupira - MG
* Trio Raiz - SP
* Democráticos - MG
* Trio Marajá - SP
* Trio Clandestino - MG
* Trio Araripe - SP

DJ Jader - ES
DJ Vinny - BH
DJ Edu The Point - RJ
DJ Xiita - BA
DJ Black - SP
DJ Tomate - RJ