segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Morre Almira Castilho, ex-mulher de Jackson do Pandeiro

Morreu aos 87 anos na madrugada deste sábado, dia 26, a cantora Almira Castilho, ex-mulher de Jackson do Pandeiro, rumbeira e radioatriz na época de ouro da rádio. Almira sofria do mal de Alzheimer há dois anos e faleceu enquanto dormia, em Recife.

Além de ter sido casada com Jackson durante 12 anos (entre 1955 e1967), ela foi co-autora de pelo menos 30 músicas do artista. Almira também era parceira de palco do ex-marido, com quem emplacou sucessos nas décadas de 50 e 60 como "A mulher de Aníbal" e "Forró em Limoeiro". Almira Castilho nasceu em 1924, em Olinda, foi professora, cantora, compositora e atriz. Brilhou na Rádio Jornal do Commercio, na época das radionovelas e participou de oito filmes.

O cantor Silvério Pessoa lamentou a morte da amiga, que classificou como uma pessoa muito criativa e dedicada à música. "Ela estava sempre compondo alguma coisa. Era muito alegre e gostava muito de cantar. A gente acaba de perder o último laço vivo com a história de Jackson do Pandeiro.

O enterro da cantora foi no domingo, em Recife.

(com informações do Jornal do Commercio e O Globo)

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Assista abaixo ao trecho de um filme em que Almira aparece ao lado de Jackson e, em seguida, o Rei do Ritmo canta "Chiclete com Banana", seu maior sucesso, de autoria de Almira Castilho e Gordurinha:



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Dominguinhos faz 70 anos e é homenageado na TV

No próximo sábado, dia 12 de fevereiro, o maior mestre vivo do forró completará 70 anos em grande estilo. José Domingos de Morais, nosso querido Dominguinhos, ainda se recupera de um enfarto que o deixou 13 dias na UTI e o obrigou a passar por um cateterismo e uma angioplastia, dois procedimentos cardíacos bem arriscados. Em casa, descansando, ele receberá homenagens dos amigos no próximo sábado, às 21h, em um programa especial da Globo News sobre sua carreira.

Em quase 70 anos de carreira (ele começou a tocar sanfona aos seis anos), impossível não colecionar milhares de histórias emocionantes de um mestre. Imagino que todos tenham alguma. Eu o encontrei pessoalmente três vezes e o entrevistei outras duas pelo telefone e ele sempre foi muito simpático. Não chego a ter histórias particulares com o mestre, mas lembro-me de coisas muito interessantes que ele disse por aí.

Como no DVD gravado em 2008, quando ela dá a dica: “Forró pode ter tudo, contrabaixo, guitarra, bateria, mas, se não tiver triângulo, zabumba e pandeiro, não é forró. Senhores diretores de banda, botem uma zabumbinha que fica rendondinho". Ou na entrevista ao Jô Soares, em agosto de 2009, em que ele chamou a arte de tocar forró na sanfona "uma safadeza só", no bom sentido. E lembrou a última vez que viajou de avião, ao lado do velho Lua (há mais de 20 anos Dominguinhos só viaja de carro), quando Gonzagão disse: “Dominguinhos, esse é o melhor meio de transporte do mundo. Nele viajam José Sarney, Ulysses Guimarães e outros desses, se ele não cai com essas pestes, vai cair com a gente?”.

Luiz Gonzaga, aliás, foi quem descobriu o menino Dominguinhos, aos oito anos, tocando uma sanfoninha de oito baixos em frente a um hotel, em Pernambuco. Alguns anos mais tarde foi para o Rio de Janeiro, onde recebeu do padrinho Lua uma sanfona grande de verdade. De lá para cá o garoto que era chamado de Neném pelos familiares e amigos só brilhou. Já ganhou o Grammy Latino, o prêmio Tim de Música Brasileira - foi homenageado pelo mesmo evento dois anos depois -, e o Prêmio Shell de Música. Tem 42 discos gravados e uma infinidade de músicas compostas.

Leia aqui tudo o que já publiquei no blog sobre o Dominguinhos.

Assistam ao programa, se possível. Valorizem nosso mestre que já está cansadinho, mas continua esbanjando alegria e muito forró pra todos nós.

E parabéns, seu Domingos!!!

Brincadeirinha:
Que tal comentar aqui qual é (são) sua (s) música (s) preferida (s) dentre as que o Dominguinhos ajudou a compor?

As minhas são:

Querubim, feita em parceria com o Clodo Ferreira:


Ela é um argumento
É um sentimento tão singelo, tão bom
Ela é um instrumento
É meu pensamento devagar sem pensar
Ela ilumina a praça
Quando ela passa fico assim
Querubim satisfeito sem explicação



e Desilusão, dele mesmo



Já faz 3 dias que eu não não durmo
Pensando no meu grande amor
Saiu sozinho e sem falar nada
Era madrugada não despertou
Não disse porque ia embora
E nem tambem o que eu fiz
Saiu calado pela noite a fora
E meu peito agora não é mais feliz


Levou toda minha alegria
Felicidade foi tambem
E depois dessa não vou mais amar
E nem aceitar o amor de mais ninguém
Agora é que eu vim saber
Como é ruin a gente amar
Mas quem não ama a gente tambem a gente querer bem pra depois separar



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um ano sem Mestre Zinho: Forró por toda a vida

Interrompo meu jejum de posts sobre forró, meu jejum do próprio forró para lembrar aqui uma data muito triste. Ontem, dia 31 de janeiro, completou um ano que perdemos nosso querido Mestre Zinho, aquele do sorriso sem fim, da força de vontade, do forró por toda a vida.

Zinho foi um guia para muitos dos músicos que hoje dão os primeiros passos na carreira. Muita gente se inspirou a viver o forró por causa dele. Para o mestre, não havia motivo para tristeza. A plateia poderia estar sofrendo com a cena. Mas ele, mesmo doente, com a mão machucada, o rosto paralisado, o peito dolorido, cansado, lá estava, cantando, tocando triângulo, vibrando, se emocionando e emocionando a todos os que o observavam.

Mestre Zinho foi único, mesmo que não reconhecido por muitos. A fama se restringiu ao movimento forrozeiro e aos nordestinos. Não era aclamado por multidões, não ganhou rios de dinheiro, não foi eternizado com uma estátua. Mas foi único, especial, incomparável. O nosso mestre. Que, onde quer que ele esteja, possa sentir-se abraçado por todos nós, forrozeiros, que tanto o amamos. Como ele dizia, "forró é minha vida, vida minha e por toda a vida vai ser desse jeito". E além dela também...

Reveja o filme Por Amor ao Forró, em que ele aparece sorridente e cheio de energia:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/10/por-amor-ao-forro-esta-no-ar.html

Lembre os posts do ano passado sobre o Zinho:
Entrevista com ele feita em Itaúnas:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/01/mais-sobre-nosso-mestre-zinho.html

A notícia de quando ele foi tocar forró no céu:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2010/01/hoje-tem-forro-no-ceu-mestre-zinho.html

Zinho, exemplo de superação:
http://forropedeserradf.blogspot.com/2009/07/mestre-zinho-o-maior-exemplo-de.html