sexta-feira, 18 de junho de 2010

Homenagem a Dominguinhos na Globo!!

Atenção forrozeiros de todo o país - e simpatizantes! Nesta sexta-feira, dia 18 (às 2h da manhã), a TV Globo irá se render ao forró por alguns momentos. O programa Som Brasil fará uma homenagem merecidíssima ainda em vida ao grande mestre Dominguinhos. Apresentado por Camila Pitanga e com a participação de Waldonys, das cantoras Zizi Possi e Paula Fernandes e do grupo Rosa de Pedra, além da filha dele, Liv Moraes, o especial vai mostrar as grandes canções compostas pelo pernambucano que é a maior referência cultural da região Nordeste.

Já é possível ver a gravação do programa - com as músicas e um making of - no site do programa aqui. Já tenho minhas restrições, como a ausência de nomes jovens do forró pé-de-serra e de várias músicas que eu queria ver e ouvir lá. Mas vale pela homenagem.

Não percam, mas, quem perder, tente gravar!

Som Brasil: Dominguinhos recebe homenagem na próxima sexta, dia 18
Globo.com

Dominguinhos recebe uma homenagem no Som Brasil, que a Rede Globo exibe na madrugada de sexta-feira para sábado, dia 18, às 2h, logo após o Programa do Jô. A apresentadora Camila Pitanga irá receber no palco o cantor, compositor e sanfoneiro, considerado o herdeiro musical de Luiz Gonzaga. As cantoras Zizi Possi e Paula Fernandes, além do grupo Rosa de Pedra, se apresentarão interpretando sucessos de Dominguinhos.

Nascido em 12 de fevereiro de 1941, em Guaranhuns, Pernambuco, José Domingos de Moraes era filho de um afinador e tocador de sanfonas. Aos 7 anos, já tocava pandeiro no trio de irmãos Os Três Pinguins, quando foi ouvido por Luiz Gonzaga. Foi o rei do baião quem deu a Dominguinhos sua primeira sanfona. Em 1954, já radicado em Nilópolis, subúrbio do Rio de Janeiro, formou o Trio Nordestino. Anos depois, fez dupla com Anastácia, que compôs com ele clássicos como “Eu só quero um xodó” e “Tenho sede”. Parceiro de Gilberto Gil, Nando Cordel e Chico Buarque, dentre outros ícones da música brasileira, o artista criou um estilo musical que mesclava, além do baião, do forró e do xote, melodias de jazz, choro e bossa nova.

Na atração, Dominguinhos cantará “Xote da navegação”, “Lamento sertanejo”, “Eu só quero um xodó” e “Isso aqui tá bom demais”. Zizi Possi o homenageará com “Dedicado a você”,“Gostoso demais” e “Contrato de separação”. Paula Fernandes, cantora e compositora sertaneja de Minas Gerais, se apresentará com “De volta para meu aconchego”, “Quem me levará sou eu” e “Abri a porta”. Já o grupo potiguar Rosa de Pedra, que mistura guitarra e rabeca no som que produz, interpretará “Pedras que cantam”, “Tenho sede” e “Sete meninas”.

O Som Brasil tem direção-geral e de núcleo de Luiz Gleiser e direção de Cacá Silveira. O programa é escrito por Flávio Marinho e Rafael Dragaud, a produção musical da atração leva as assinaturas de Guto Graça Mello, PH Castanheira e Ricardo Leão e a coordenação musical é de Wagner Faria.

domingo, 6 de junho de 2010

Uma linda história de amor pelo forró

Não tinha pensado ainda em trazer algo relacionado ao Dia dos Namorados aqui pro blog, mas recebi um e-mail com uma história de amor incrível que tem tudo a ver com o assunto e com o blog. A pessoa que a escreveu - e pediu para não ser identificada, infelizmente - não teve um final feliz no relacionamento, mas por causa dele descobriu um amor que superou preconceitos e abriu-lhe uma nova dimensão. Depois dessa linda história, tirei duas conclusões:

1 - Quem vai para o forró à procura de paixões rápidas e fugidias, cuidado! Corre o risco de se apaixonar perdidamente, pelo forró.
2 - Muita gente não acredita que alguém vá para o forró para dançar, ouvir a música e fazer amigos. Para quem não é forrozeiro, é impossível não ver malícia entre um casal que dança xote com sentimento, olhinhos fechados, respiração em sintonia. Mas pasmem, isso é possível sim. Não que tudo isso não contribua para desenvolver uma atração entre os dois, claro. Acontece. Só que o forró é muito mais que isso. E só entende quem se deixa apaixonar por ele...

Leiam e se emocionem:


Guerra ao forró (autor não quis se identificar)

"Tudo começou numa festa regional em Brasília. Saímos pela primeira vez e logo alguns dias depois começamos a namorar. Tudo estava florido. Então veio o forró.

Não entendia o porquê de dançar, de ir ao forró. Para mim, era lugar de gente solteira procurando farra. E, como namorado, não pude permitir que ela fosse sozinha ao forró toda semana.

Ela dançava há 3 anos, sempre estava lá. Mas agora ela tinha um namorado - eu pensava. Não fazia sentido ficar indo para esses lugares e dançando coladinho com vários outros homens. O suor dos dois era um. Não pude aceitar isso.

Várias vezes, no começo do namoro, ela foi ao forró com amigas. Eu não ia, pois não sabia dançar nada e não ia ficar lá olhando ela com outros homens rosto com rosto.

Por várias vezes brigamos pelo forró. Toda semana eu sentia um frio na barriga quando ia chegando o dia.

Então após uma briga muito grande, pelo fato de ela querer ir ao forró, eu terminei com ela. Eu disse que não poderia aceitar isso.

Após uma conversa, no outro dia ela escolheu parar de ir ao forró. Disse que iria apenas se eu fosse. Mas eu não ia nunca.

Voltamos. Passaram-se três meses de trégua. Mas algo em seu semblante foi assassinado. Ela se tornou uma pessoa triste por dentro, mas sempre tentando fazer outras coisas para suprir essa necessidade. E eu percebi isso, mas, mesmo assim, não admiti que ela fosse ao forró.

Ela sempre me dizia que apenas ia para dançar e fazia isso apenas com os amigos. Mas para mim isso era história pra boi dormir.

De tempos em tempos ela tocava no assunto de querer ir ao forró, mas eu sempre dizia que era coisa de solteiro e que eu não iria porque não sabia dançar. E nem fazia questão de aprender.

Então, um dia resolvi ir com ela ao forró. Nunca me esqueci desse dia. Eu não dancei, fiquei apenas olhando. Quando ela dançava, parecia estar flutuando, com um sorriso tão verdadeiro que fiquei constrangido. Sua semana não era a mesma após o forró. Seu sorriso era inédito para mim.

Então comecei a perceber o que eu estava fazendo. Me senti mal. Realmente não entendia o forró. Depois disso brigamos novamente e terminamos. Dessa vez pra valer.

Então comecei a ligar os pontos na minha mente. Depois que terminamos, ela começou a ir no forró novamente. Ela parecia inabalável, forte, suprida. A felicidade voltou a ser integral na vida
dela.

Eu me perguntava como uma dança teria todo esse poder. Não entrava na minha cabeça.

Parecia que o mundo podia cair, mas o forró ainda estaria ali. Que não importava o quão difícil a semana foi, o forró trazia uma solução. Então, comecei a tentar descobrir esse poder.

Baixei músicas, via vídeos e lia blogs sobre forró. Fui numa festinha de um amigo que dançava forró e comecei a ver e entender mais sobre.

A partir daí percebi que fui um monstro e que estava matando ela aos poucos proibindo o forró. Entendi o verdadeiro sentido do forró e do forrozeiro. De verdade.

Infelizmente já era tarde pra voltarmos, mas a lição ficou pra mim. Entrei na aula de forró e estou indo pra Itaúnas em 2010.

O forró me transformou e mudou minha visão de música, cultura, vida e amizades. O forró me entende.

Hoje penso que poderia ter entendido antes. Hoje eu não aceitaria que ninguém me proibisse do forró, porque ele me completa.

Às vezes temos que perder para ganhar, mas eu agradeço por ela ter passado em minha vida e ter semeado a semente do forró.

Forró é um estilo de vida. Uma dimensão onde a realidade flutua em meus ouvidos e meus pensamentos guiam o meu corpo e alma."

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Notícias do Merê do Forró Lunar: ele está bem

Como faz parte de um grupo muito querido em Brasília, o Merê tem sido notícia em vários jornais da capital. Vou reproduzir a matéria desta quinta (03/06) do Correio Braziliense, que dá mais informações sobre seu estado de saúde e o que realmente parece ter acontecido. Continuemos torcendo pela recuperação rápida dele. Alguns amigos falaram com os meninos da banda e disseram que ele pode receber alta em uns três dias.

*Só uma correção: o Merê é o segundo dos que estão de pé na foto abaixo, com as braços abertos. Achei que a legenda do jornal ficou confusa.


Merê  (o terceiro a partir da esquerda) foi submetido a cirurgia de emergência
Baixista é baleado ao reagir a assaltoO músico Merê, do grupo Forró Lunar foi abordado por dois homens. Ele tentou fugir, mas levou um tiro no peito. Passou por cirurgia e não corre risco de morte

Mara Puljiz

O baixista do grupo Forró Lunar, Marcos Paulo Moreira Barbosa, 26 anos, foi transferido ontem à tarde do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) para um hospital particular. O músico levou um tiro no peito na noite da última terça-feira no momento em que estacionava seu carro, um Fiat Palio prata, na comercial da quadra 315 Norte. Dois assaltantes teriam disparado contra Marcos Paulo, conhecido como “Merê”, por volta das 21h30, após ele tentar fugir. O músico passou por uma cirurgia, mas não corre risco de morte. A 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte) instaurou inquérito para apurar o crime, mas até agora não há pistas dos suspeitos.

O episódio ocorreu no momento em que Marcos chegava ao prédio onde são feitos os ensaios da banda. Ao perceber a aproximação de dois homens armados, o baixista teria engatado marcha a ré para escapar de uma possível tentativa de sequestro relâmpago, mas um dos bandidos sacou o revólver e atirou contra ele. O projétil atingiu o peito da vítima, que foi socorrida pelo vocalista da banda, Thiago Carvalho, e em seguida levada pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o HBDF.

Conforme nota enviada pela assessoria de imprensa da banda, a bala passou a milímetros do coração e o baixista foi submetido a uma cirurgia de emergência no Hospital de Base. O empresário da banda, Luciano de Carvalho, destacou que, apesar do incidente, a agenda de shows não será alterada. “É lamentável ver que um jovem alegre, talentoso e cheio de vida seja vítima da violência na capital do país, a qual ele inclusive dedica uma de suas composições. Ficamos tristes em perceber que a cidade, ao completar apenas 50 anos, esteja tão cheia de violência. Apesar do susto, a Banda Forró Lunar irá cumprir a sua agenda de shows e tentar apagar esta triste lembrança com música. Enquanto ele se recupera, um músico vai substituí-lo”, disse Carvalho.

Segundo o delegado-chefe adjunto da 2ª DP, Marcelo Portela, ainda não há pistas dos autores. No prédio onde ocorreu o crime, não há câmeras de filmagem, mas a polícia busca informações de testemunhas que possam ajudar na investigação. “Já instauramos inquérito para apurar esse fato, mas é importante ressaltar às vítimas que nunca esbocem reação ao serem abordadas. É um risco muito grande”, destacou Portela.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Merê do Forró Lunar foi baleado ontem, informa o Correio

Acabei de receber a triste notícia de que o Merê, contra-baixista (não baixista) da banda brasiliense Forró Lunar foi baleado na noite desta terça-feira (01/06) na Asa Norte, em Brasília. Fiquei muito preocupada e tentei ligar para os meninos do grupo para ter notícias, mas não consegui. O site do Correio Braziliense informa que ele passou por uma cirurgia e não corre perigo. Peço a todos de Brasília que manifestem solidariedade à família do Merê e ao Forró Lunar. E, se souberem do estado de saúde dele me avisem, por favor.

(ATUALIZAÇÃO) E-mail enviado pelo DJ Caddah:
Cara Adriana, passei o rádio pro Giggio, ele me informou que ontem foi um momento não muito legal para a banda Forró Lunar, todos ficaram a madrugada no hospital e todos estão bem, inclusive o Merê! Ele já respira sem a ajuda dos aparelhos, respira sozinho, a cirurgia ocorreu super bem e estamos na corrente para que ele possa ficar bom para ouvir o som do baixo por muito tempo na banda e fora da banda!

Correio Braziliense

Baixista da banda Forró Lunar é baleado ao tentar reagir a assalto



Publicação: 02/06/2010 11:24 Atualização: 02/06/2010 11:35

Um músico foi baleado ao tentar reagir a um assalto, por volta das 21h30 de terça-feira (1/6), na 315 Norte. Marcos Paulo Moreira Barbosa, baixista da banda Forró Lunar, não corre risco de morte.

Segundo informações da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Barbosa estava dentro do próprio carro no estacionamento da comercial da quadra, quando foi surpreendido por dois assaltantes armados. No momento, ele teria dado ré no veículo para fugir do criminoso, que o atingiu com um tiro no tórax. Marcos Paulo foi encaminhado para o Hospital de Base, onde passou por uma cirurgia.

Testemunhas viram os dois assaltantes fugindo a pé, em direção ao Eixo Monumental. A polícia investiga o caso e procura os criminosos.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A volta d'Os 4 Mensageiros e outras boas surpresas de Sampa

Estou em São Paulo há quatro meses e ainda não tinha falado com vocês direito sobre o forró daqui. Acho que agora, depois de ir várias vezes, já posso comentar alguma coisa. Primeiro: é feio dizer, mas até agora só fui ao Remelexo. Aqui tem tantas opções que ainda não consegui me organizar para ir a todas. Tem o Açaí Praia, o Canto da Ema, o Ó, o Secreto e sei lá mais o quê. Por enquanto, falo especificamente do Remelexo, ou Remelas, como os forrozeiros aqui o apelidaram.

Sem querer esnobar, mas já esnobando, eu agora moro a duas ruas do forró. Sim, vou e às vezes volto a pé de lá, na maior mordomia. Bem, geralmente antes dos shows em si - que começam por volta de 23h ou meia-noite e terminam lá pelas 5h da manhã na sexta e no sábado (de 21h às 2h30 no domingo) - tem um esquenta no bar ao lado, chamado Remelexinho. Lá tem um espaço gostoso pra dançar e no domingo, de 17h às 21h, os Três Tinguá (que foram a Itaúnas em 2009) esbanjam talento e animação, de graça. Só tocam pedrada, um repertório incrível (o povo de Brasília vai amar, pressionem os produtores aí, gente).

Este último fim de semana foi particularmente especial. Quinta teve Trio Xamego e Benício Guimarães no Forró Secreto (um em que só entra quem tem nome na lista), mas acabei não indo, sexta teve Rouxinol Paraibano e Trio Bastião no Remelas e sábado, Rapacuia (RJ) no Açaí Praia (não consegui ir e fiquei bem triste) e Trio Raiz e Os 4 Mensageiros no Remelexo. Domingo tinha Trio Nordestino, mas não entrei.

Atenção para algumas atrações que citei. A primeira, Trio Bastião: nunca tinha ouvido falar neles, conhecia o trianglista (Beto) e só, mas quando cheguei e os vi tocando tive uma surpresa boa. Uma ótima pegada, repertório alto astral. Bom demais. Outra surpresa incrível tive quando vi o Trio Raiz no sábado. Subiram no palco o vocalista Josué, o trianglista superanimado Ícaro, o Dudu (ex-sanfoneiro do Maracaia) e o Abner (ex-zabumbeiro do Maracaia). A energia deles foi incrível e eles disseram que não tinham ensaiado. Só mandaram música boa, super empolgados. Ah! Ambos os grupos pretendem ir a Itaúnas, fiquem de olho!

Pra completar, pude presenciar o triunfal retorno d'Os 4 Mensageiros. O grupo estava há cinco meses sem se apresentar e - sem ensaio - subiu no palco e parecia que nada tinha mudado, quer dizer, mudou sim, pra muito melhor. O Zezinho, trianglista, ficou um ano e meio afastado dos shows por um problema de saúde, mas estava alegre como um menino. Quem assumiu a zabumba foi o Charlinho, que dispensa comentários. Na sanfona, o infalível Japinha e na voz, claro, o grande Piaba. Nem preciso dizer que o show foi maravilhoso e emocionante. Fiquei arrepiada, quis chorar. De alegria e de saudade de tudo o que aquele momento me fez lembrar, principalmente dos amigos de Brasília Enfim, o quarteto avisa que está de volta sim, mas não a "140 por hora". Serão shows mais esporádicos aqui e ali. A propósito, eles vão tocar aí no DF dia 10 de junho, não percam!

Como viram, aqui é outra realidade, o que não falta é forró. Mas uma coisa vocês de Brasília têm que aqui falta muito: energia nos shows. Essa coisa de cantar junto e se empolgar na frente do palco é coisa rara. É por isso que os trios gostam tanto de tocar na capital. Então, peço, valorizem isso. Curtam cada trio, cada forrozinho que tiverem. E não deixem nunca o forró morrer.
Beijos desta saudosa brasiliense...