Por onde começo?

Você aprecia forró, mas não entende muito bem ainda e quer conhecer melhor? Veja as dicas:

- Em primeiro lugar, leia sobre a história do forró. Na aba "Sobre o forró" aí em cima tem um texto que fiz com o Galton Sé depois de uma pesquisa intensa a respeito desse estilo. Se achar, leia a biografia de Luiz Gonzaga: "Vida do Viajante, a Saga de Luiz Gonzaga" - Dominique Dreyfus

- Desfaça-se de todo preconceito que você tiver em relação ao forró mais antigo. Ele é a raiz de tudo, era feito com pouca qualidade técnica e extrema qualidade artística. Quando eu virei forrozeira, me assustei ao ouvir uma gravação de vinil antiga da Marinês, mas depois descobri que aquilo era arte, cultura, tradição e deveria ser reverenciado.

- Procure um forró na sua cidade e vá como observador (os de Brasília estão na aba ao lado). Não queira ficar paquerando, escolhendo o parceiro ou a parceira mais bonita. Observe. Veja como as pessoas se relacionam, como dançam, como prestam atenção no show.

- Aliás, todo forrozeiro que se preze sabe admirar um show, analisa a sanfona, a zabumba, o triângulo. Com o tempo, você vai descobrir que forró não é lugar só pra dançar. Isso é apenas uma das facetas dele. Esse estilo é rico de melodias, sim, de arranjos e até de letras. De novo: observe!

- Não quer fazer feio no salão? Faça uma aula básica em alguma academia só pra pegar o ritmo e aprender passos básicos. Mas não fique muito tempo. Os melhores dançarinos de forró que conheço - aqueles que dançam com sentimento - pegaram o jeito observando e treinando na marra mesmo. Nesse caso, o empirismo vence a teoria.

- Meninas, vocês não precisam vestir sainha, colocar uma cartucheira e um pedaço de chita no cabelo para serem consideradas forrozeiras. Mas, por favor, nada de salto alto. Não tem conversa, se você prefere ficar alta e elegante, vai perder a oportunidade de dançar com os meninos que dançam melhor. Dica de forrozeira: procure uma sapatilha estilo chinezinha, como a da foto aqui do lado. É confortável e leve. Outra coisa: se você tem nojo de suor, vá dançar valsa. No forró, como diria Antonio de Barros, "tem que ter suor da sola do pé até o gogó". Os meninos educadinhos costumam trocar a camiseta durante a noite para não ficarem ensopados. Mas não tem jeito. Todo mundo sua, dança coladinho e encosta a cabeça um no outro sem reclamar.

- Não tenha medo das chamadas "panelinhas" do forró. Elas existem como em qualquer espaço onde existem pessoas que gostam de se unir quando há uma afinidade. Quebre as barreiras. Vá se enturmando com um e outro, fique mais na frente do palco - onde costumam ficar os forrozeiros mais antigos, no geral - e - dica muito importante - evite recusar danças. Se você deixar de dançar com alguém que não te agradou aos olhos ou não tem o menor ritmo, ele pode ficar com raiva e nunca mais te chamar. E, olha, cansei de ver gente que virou o melhor dançarino depois e nunca mais chegou perto dessas que recusavam antes. De qualquer forma, tente. Não gostou da dança, peça licença, diga educadamente que vai ao banheiro e vá mesmo. Melhor que perder a oportunidade de dançar um pouquinho e - por que não? - fazer um amigo.

- Vá a um evento ou festival de forró em outro estado. Sem dúvida, a melhor forma de você conhecer forrozeiros da sua cidade e de outras, aprender a dançar melhor e diferente, conhecer novas músicas e bandas e se apaixonar de vez pelo forró é viajando. Para saber quais são os principais, veja a aba "Eventos".

- Por último, mas talvez o mais importante, procure músicas dos principais cantores, instrumentistas e bandas do forró pé-de-serra. Sugiro, primeiro, ouvir as rádios online Forroots ou Forró Brasileiro. Para fazer download, sugiro o site Forró em Vinil, em que os DJs Ivan e Tick postam todos os discos de vinil e CDs que realmente importam. Tem de tudo, vale muito a pena. Se tiver dúvida de que músicos procurar, aí vai uma lista pra começar:

Os mais antigos
- Luiz Gonzaga
- Jackson do Pandeiro
- Mestre Zinho
- Dominguinhos
- Os 3 do Nordeste
- Marinês
- Trio Nordestino
- Accioly Neto
- Azulão
- Trio Xamego
- Os 3 Nortistas
- Alcymar Monteiro
- Anastácia
- Cecéu
- Clara Nunes
- Jacinto Limeira
- Nando Cordel
- Santanna, o Cantador
- Patativa do Assaré
- Trio Juazeiro
- Trio Forrozão
- Pinto do Acordeon
- Zito Borborema

Os mais recentes (não coloquei todos porque são muitos, meu critério foi os que têm um pouquinho mais de tempo de carreira ou mais trabalhos autorais ou, mesmo se acabaram, foram importantes pra história do forró. Outros coloquei porque gosto mesmo):
- Trio Araçá
- Trio Araripe
- Os 4 Mensageiros
- ForróÇacana
- Trio Dona Zefa
- Trio Alvorada
- Trio Juriti
- Meketréfe
- Trio Lampião
- Trio Potiguá
- Trio Marrom
- Dona Zaíra
- Trio Rapacuia
- Trio Candieiro
- Raízes do Sertão
- Trio Balancê
- Trio Caeté
- Os Três Tinguá

Não se convenceu ainda, então leia um texto que alguém escreveu sobre O que é ser forrozeiro?

Boa sorte!