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terça-feira, 1 de junho de 2010

A volta d'Os 4 Mensageiros e outras boas surpresas de Sampa

Estou em São Paulo há quatro meses e ainda não tinha falado com vocês direito sobre o forró daqui. Acho que agora, depois de ir várias vezes, já posso comentar alguma coisa. Primeiro: é feio dizer, mas até agora só fui ao Remelexo. Aqui tem tantas opções que ainda não consegui me organizar para ir a todas. Tem o Açaí Praia, o Canto da Ema, o Ó, o Secreto e sei lá mais o quê. Por enquanto, falo especificamente do Remelexo, ou Remelas, como os forrozeiros aqui o apelidaram.

Sem querer esnobar, mas já esnobando, eu agora moro a duas ruas do forró. Sim, vou e às vezes volto a pé de lá, na maior mordomia. Bem, geralmente antes dos shows em si - que começam por volta de 23h ou meia-noite e terminam lá pelas 5h da manhã na sexta e no sábado (de 21h às 2h30 no domingo) - tem um esquenta no bar ao lado, chamado Remelexinho. Lá tem um espaço gostoso pra dançar e no domingo, de 17h às 21h, os Três Tinguá (que foram a Itaúnas em 2009) esbanjam talento e animação, de graça. Só tocam pedrada, um repertório incrível (o povo de Brasília vai amar, pressionem os produtores aí, gente).

Este último fim de semana foi particularmente especial. Quinta teve Trio Xamego e Benício Guimarães no Forró Secreto (um em que só entra quem tem nome na lista), mas acabei não indo, sexta teve Rouxinol Paraibano e Trio Bastião no Remelas e sábado, Rapacuia (RJ) no Açaí Praia (não consegui ir e fiquei bem triste) e Trio Raiz e Os 4 Mensageiros no Remelexo. Domingo tinha Trio Nordestino, mas não entrei.

Atenção para algumas atrações que citei. A primeira, Trio Bastião: nunca tinha ouvido falar neles, conhecia o trianglista (Beto) e só, mas quando cheguei e os vi tocando tive uma surpresa boa. Uma ótima pegada, repertório alto astral. Bom demais. Outra surpresa incrível tive quando vi o Trio Raiz no sábado. Subiram no palco o vocalista Josué, o trianglista superanimado Ícaro, o Dudu (ex-sanfoneiro do Maracaia) e o Abner (ex-zabumbeiro do Maracaia). A energia deles foi incrível e eles disseram que não tinham ensaiado. Só mandaram música boa, super empolgados. Ah! Ambos os grupos pretendem ir a Itaúnas, fiquem de olho!

Pra completar, pude presenciar o triunfal retorno d'Os 4 Mensageiros. O grupo estava há cinco meses sem se apresentar e - sem ensaio - subiu no palco e parecia que nada tinha mudado, quer dizer, mudou sim, pra muito melhor. O Zezinho, trianglista, ficou um ano e meio afastado dos shows por um problema de saúde, mas estava alegre como um menino. Quem assumiu a zabumba foi o Charlinho, que dispensa comentários. Na sanfona, o infalível Japinha e na voz, claro, o grande Piaba. Nem preciso dizer que o show foi maravilhoso e emocionante. Fiquei arrepiada, quis chorar. De alegria e de saudade de tudo o que aquele momento me fez lembrar, principalmente dos amigos de Brasília Enfim, o quarteto avisa que está de volta sim, mas não a "140 por hora". Serão shows mais esporádicos aqui e ali. A propósito, eles vão tocar aí no DF dia 10 de junho, não percam!

Como viram, aqui é outra realidade, o que não falta é forró. Mas uma coisa vocês de Brasília têm que aqui falta muito: energia nos shows. Essa coisa de cantar junto e se empolgar na frente do palco é coisa rara. É por isso que os trios gostam tanto de tocar na capital. Então, peço, valorizem isso. Curtam cada trio, cada forrozinho que tiverem. E não deixem nunca o forró morrer.
Beijos desta saudosa brasiliense...