segunda-feira, 27 de julho de 2009

Superação em Itaúnas – parte 2: Os vencedores!

Entre as bandas, mais e mais exemplos de superação. A começar pelos vencedores. Apesar de eu já ter pensado em desistir de certas coisas várias vezes na vida, devo dizer que desistir é para os fracos. E Trio Balancê (MG), 1º lugar no Fenfit, Raízes do Sertão (DF), 2º lugar, e Dona Zaíra (SP), 3º, estão longe, muito longe mesmo de serem fracos.

Quem conhece a história do Dona Zaíra se encheu de alegria ao vê-los lá entre os vencedores em 2009. No ano passado, eles tentaram. Fizeram camiseta e um monte de amigos e contatos, mas não conseguiram nem ir para a final. Pouco depois, com CD gravado nas mãos, perderam o vocalista, que resolveu seguir outros caminhos. E eles desistiram? Que nada! Aqueles amigos e contatos os ajudaram e eles foram ficando conhecidos aos poucos. Só em Brasília, tocaram mais de três vezes. Em uma dessas viagens, o carro deles, com dinheiro e roupas dentro, foi roubado. Eles ficaram tristes, claro, mas não desistiram. O pessoal fez uma festinha, juntou dinheiro e eles foram embora para voltarem pouco depois com a cabeça erguida. Assim foi durante todo o ano. Eles reformaram o repertório e a forma de cantar. Fizeram mais e mais amigos e voltaram ao Festival de Itaúnas como favoritos, quem diria! Mesmo quem era de outro estado e torcia por outras bandas, teve seu momento tiete pelo som dos meninos que melhoraram 200% simplesmente porque NÃO DESISTIRAM!

Obstáculos não faltaram para os meninos do Raízes do Sertão também. Já contei a história deles no blog uma vez. Desde o início eles passaram por vários perrengues. Já perderam a conta de quantas vezes tiveram que tocar sem energia elétrica e arrasaram, no Arena, no Rio Roots... E as vezes que tocaram praticamente de graça só para fazerem o nome do grupo? E quando se inscreveram no Festival de Itaúnas, em 2008, e nem selecionados entre as 24 bandas concorrentes foram? Foi uma decepção danada, mas eles respiraram fundo, mandaram a mesma música em 2009 e chegaram lá. No primeiro show, a sanfona do Vavá não funcionou (!?), no dia do segundo show, o Rogerinho, vocalista e trianglista, passou mal e ficou internado umas duas horas no posto de saúde. À noite, lá estava ele, o Vavá, o Lacraia (zabumbeiro) e o Carlinhos (bandolim) fazendo um dos shows mais animados de todo o festival com o apoio total da torcida brasiliense, que ganhou o título de mais animada do ano, claro. Já pensou se eles tivessem desistido?

E você pensa que para o Trio Balancê, que foi o vencedor, foi tudo mais fácil? Ah, assim seria sem graça. Os meninos também participaram do festival de 2008, quando tinham só três meses de existência, e ficaram entre os finalistas. Ralaram muito para conquistar outros públicos, inclusive o de Brasília, onde eles já tocaram umas três vezes, sempre com a aprovação dos forrozeiros. Hoje, algumas músicas dos meninos tocam em quase todo forró do país. E no festival desse ano, de um jeitinho bem mineiro, eles chegaram sem alarde, fizeram dois shows quase impecáveis e, mesmo com um xote (muito bonito por sinal) – que muita gente acha um estilo fraco para a competição – eles levaram o prêmio máximo. E não houve uma pessoa sequer que dissesse que foi injusto. Todos gostaram do resultado, até quem perdeu para eles. Volto a dizer: se eles tivessem desistido...

continua no próximo post...

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