segunda-feira, 22 de junho de 2009

Forró autêntico ainda existe no Nordeste sim!

Vejam a matéria que saiu nesta segunda-feira, dia 22, no Jornal Hoje. Pelo menos nessa época as pessoas lembram que o forró existe, né?

Sanfonas são atração em festas no Nordeste
O Jornal Hoje mostra as comemorações das festas juninas no nordeste. O melhor forró é o que tem sanfona, triângulo e zabumba.
(veja o vídeo aqui !)

O que nem todo mundo sabe é que nem há dois tipos de sanfona. A de 20 baixos, que tem teclado e a de oito baixos, muito mais difícil de tocar.

Na barraca da feira, senhor João Balbino, vende roupas para sustentar a mulher e os três filhos. O feirante tem alma de artista e uma vocação especial: é sanfoneiro famoso na região. Até ganhou um nome artístico: ‘Fogoió dos oito baixos’.

Autodidatas, apaixonados. São poucos os instrumentistas que tocam a sanfona de oito baixos. Ela não tem teclados. É menor, mais leve e muito mais difícil de tocar do que a sanfona mais conhecida.

“É o forró gostoso é o de oito baixos. Pé-de-serra legítimo e oito baixos, mas é difícil dominar esta caixinha aí? Com certeza é complicado. “É complicado. É instrumento de doido”, fala Severino Inácio dos Santos.

Quem aprende não para mais. Seu Severino é porteiro de edifício, mas no São João ele brilha nos palcos.

O feirante fogoió também vira atração. “Para mim é gostoso demais”, conta. Não existe escola ou livros pra ensinar a tocar a sanfona de oito baixos.

A tradição é repassada de pai para filho, ou através da sabedoria dos artistas populares. Homens, na maioria analfabetos diante das letras, mas mestres com as notas musicais. Eles levam nas mãos o futuro do instrumento que deu origem ao forró.

Pedreiros, biscateiros, feirantes, porteiros e, sanfoneiros de talento, eles se juntaram para formar a Orquestra Sanfônica de oito baixos. A única do país.

Um símbolo da resistência do instrumento que faz parte da memória afetiva dos nordestinos. “Nos anos de 1900 era um instrumento que tinha no sertão então foi através do oito baixos que começou o forró. O oito baixos tem essa raiz e precisa ser preservado”, conta Leda Dias.

Beatriz Castro - Recife

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