Uma coisa é consenso no universo forrozeiro: o forró de Brasília é bom que só e todas as bandas saem daqui falando isso. Os grupos novos até contam os dias pra alguém trazê-los pra cá.
Mas ultimamente ando sentindo algo diferente no ar. De um lado bom e de outro ruim. O lado bom é que a cada dia tem mais gente nova no forró. Um pessoal que eu nunca tinha visto vai chegando, gostando e ficando. Ao contrário do que uns e outros pensam, isso é ótimo!
Mas, assim como a história da mídia que já discutimos aqui, tem o lado ruim. Quando comecei a ir pro forró de verdade, há menos de dois anos, sentia como se todos fossem irmãos, era uma união só. E quando um trio vinha tocar aqui, todo mundo pulava, cantava junto mesmo. Eu imagino que o povo ainda mais antigo deve ter vivido isso com mais intensidade.
Alguns repararam que eu me afastei um pouco, desanimei mesmo. Assim como outras pessoas que conheço. Ao mesmo tempo, vêm chegando os novatos. Por isso, o forró não perde tanto em quantidade. Mas sinto que ele está mudando. Eu não sei bem dizer o porquê isso tem acontecido. Não sei se alguém é culpado. Não sei se é a vida que vai levando uns e trazendo outros normalmente. Talvez seja isso.
Não quero criticar a chegada dos novatos. Mas me dei conta de que algo ficou estranho mesmo quando uma banda de fora veio tocar aqui um dia desses e disse ter ficado decepcionada. Todos lhe disseram que o povo daqui ia pra cima e isso fazia o show ser ainda mais animado. Aí eles, que são ótimos, se sentiram tocando pra um público alheio, distante... Eu também achei. E não entendi..
Será que o pessoal mais novo não curte tanto a música, a cultura como os mais antigos? Será que os mais antigos não estão recebendo bem os mais novos como me receberam? Será que está havendo um racha entre eles?
Este post não é pra reclamar, nem brigar nem nada disso. É só pra levantar a questão. O forró de Brasília está mesmo mudando? Pra melhor ou pra pior? Por quê? Me ajudem nessa, respondam com comentários no blog.
Obrigada :)
9 comentários:
Olha, posso te responder essa questão pois estou sentindo algumas coisas na pele. Eu me amarro em forró, sempre gostei, mas só agora que estou tendo oportunidade de sair pra baladas de forró. É muito boa a energia do forró, é sem malícia e nota-se que todos dançam com a alma. Mas sinto que não há uma boa receptividade a nós novatos. Eu estou entrando pra ficar, mas confesso que as vezes saio desanimada. As pessoas do forró são de fazer panelinhas e nem dão oportunidade para as pessoas novas. Sinto que seja medo da "pessoa estranha" não saber dançar. Mas são poucos os que nos dão oportunidade de mostrar se sabemos ou não. É isso que eu sinto!
Beijo a todos!!
Você por si só ja discrimina, colocando rótulos de novato e/ou antigo, isso ja é ruim para o movimento. Em relaçao ao forró os produtores estao botando pra quebrar e aumentando a qualidade no que diz respeito ao trios de fora, porém não dão oportunidades a muitos trios de qualidade e ficam repetindo os mesmos trios que prejudica em alguns aspectos. E por fim o forró esta um pouco desgastado em quem ta chegando é a meninada que ao meu ver não é tao bom assim
Coloco rótulos por que infelizmente isso existe no forró. E também pra deixar claro o que eu vejo, separação por grupos. Os “veteranos” e os “novatos”. Tenho percebido que ultimamente as pessoas que freqüentam o forró há mais tempo se preocupam mais em tentar afastar as pessoas novas, do que prestigiar os trios. Os “veteranos” fazem muita propaganda do forró pé-de serra, mas na hora de receberem “novatos” fazem questão de deixar claro que eles estão ali há mais tempo. Até entre eles, os “veteranos” sinto que existe uma espécie de concorrência. Quem dança melhor, quem é mais conhecido, essas coisas. E quando alguém de fora se destaca em algum aspecto, fazem questão de falar mal, procurar algum defeito. Creio que se as pessoas que freqüentam o forró há mais tempo soubessem acolher esse público novo e tentasse mostrar a verdadeira essência do forró pé-de-serra, esse público não seria passageiro e seria só mais um motivo de orgulho.
Minha definição predileta de forró é mesmo o "for all". Não é o tempo de forró e nem a capacidade de dançar, é o sentimento de receber e compartilhar alegria. No forrozão não tem esse negócio de "novato/intermediario/avançado/plus master ultra forrozeiro", só pessoas que vão dançar, fazer amizades e se divertir muito, mesmo que sem saber dar um passo pro lado. Há anos frequento os dois mundos, mesmo com os preconceitos mútuos(conversas futuras). Posso mesmo dizer que há essa divisão novato/antigo no pé-de-serra, e que isso esta errado. O forró não está mudando, são as "pessoas antigas" que estão.
Frequento o forró desde 2005 e acho sim que ele está mudando. Eu passei cerca de 8 meses aparecer em Brasília, pois mudei de cidade e agora nessas férias reparei MUITO nas diferenças que tem ocorrido.
Podemos dizer que o publico é extremamente rotativo. Isso devido a um ponto que pesa demais: a popularidade. O que antes era uma diversão de poucos, com o tempo foi se tornando famoso e conquistou um cenário de prestígio na cidade. Como consequência, pessoas de diversos gostos e diferentes locais, se juntaram e começaram a utilizar do ambiente que foi proporcionado. Essa utilização segue várias vertentes. Seja o garoto que vai pro arena pra beijar na boca, até o cara mais velho que percebe o extremo prazer na dança. Todos vao adiquirindo seus espaços e o que começa a acontecer em diante, é o que chamamos de "panelinha". Os grupos uma vez criados se diferenciam e são de vários tipos.
Os veteranos, vao sumindo e poucos permanecem. Acho que em extrema proporçao, isso ocorre devido a variabilidade que a vida proporciona mesmo. Empregos, famílias, ideais, idéias, tudo muda o público. Essa renovação segue um caráter social e torna o forró - "for all". Estou passando minhas férias em Brasília e posso dizer que estou extremamente feliz e satisfeito pelo espetacular número de pessoas novas que eu conheci. Pessoas de ótima índole e que realmente tem feito a diferença nesses meses. Panelinhas criadas - (e a parte), graças a essa mudança e rotatividade de público, o cenário continua forte e fazendo grande sucesso!
O que falta agora, na minha opnião, é um pouco de cultura forrozeira! Nao basta ir ao forró e dançar. Precisamos entender o que está acontecendo alí. Na semana passada me perguntaram se o trio Araripe era bom. Eu nao respondi, disse que fosse quinta feira no arena e descobrisse por si só. O espetáculo de show que eles deram jah disse tudo!
As bandas realmente gostam do forró daqui! Isso eh um fato consumado, mas é devido a vários aspectos! É bonito quando bem dançado, tem sentimento na ponta de todos os pés, uma energia extrema e uma amizade maravilhosa. Já conheci o forró de diversos estados e entendo bem a fama de Brasília. As vezes concordo com o que é dito pelos tocadores, mas realmente falta um pouco de cultura e valorização do forró, nao só como dança, mas como fenônemo de integração e responsabilidade social.
Daniel Polari
"Quem te viu, quem te vê..." Chico Buarque.
Olá galera!
Tava lendo a msn da Dri e refletindo um pouco mais a respeito dessas mudanças...
Senti um "que" de saudosismo nas palavras sempre bem articuladas na nossa querida amiga forrozeira, ou estou enganado? J
Mas Dri, algo que percebi depois de algum tempo frequentando o forró de Brasília (eu mineiro!, que fui a primeira vez a um forró em 2006, aqui no DF), e indo viajar para outros eventos de forró pé-de-serra aí pelo Brasilzão: O FORRÓ TEM CORPO E ALMA. O corpo é o volume de pessoas que participam aleatoriamente de um evento, ou frequentam durante algum tempo as casas de forró e tal. A ALMA SÃO OS FORROZEIROS.
Como disse o Chico Buarque:
"Quem te viu, quem te vê...
Quem não a conhece não pode mais vê pra crer,
Quem jamais esquece não pode reconhecer.. .."
Acho que nem consigo enumerar os eventos fantásticos que já aconteceram aqui em Brasília...
Mas vou citar alguns.
Mestres:
MESTRE ZINHO;
TRIO XAMEGO;
EDSON DUARTE;
LAGARTIXA;
PAULINHO DO FORRÓ, etc.
Nova geração:
TRIO DONA ZEFA;
OS 4 MENSAGEIROS;
TRIO JURITI;
MEKETREFE,
TRIO ALVORADA;
TRIO MARACAIA;
TRIO ARARIPE, etc.
(Eu teria LER se fosse digitar todos os nomes..rs..rs. .)
Aquelas foram festas e apresentações artísticas onde quase todo mundo cantava, curtia "ia pra cima", como disse o Mestre Zinho! Lugares de onde você saía pensando: "NÃO ACREDITO QUE ESTÁ ACABANDO!?".
Para não ser injusto com as nossas queridas casas de forró, nem "bairrista", gostaria de citar simplesmente três desses eventos que, por não terem cunho comercial, irão demonstrar o que quero dizer:
AS APRESENTAÇÕES DA DONA GRACINHA LÁ NA L4 NORTE;
A TEMPORADA DO PÉ-DE-CERRADO NO ESTACIONAMENTO 10 DO PARK DA CIDADE, em 2006; e
O SABADABADÁ.
Eu via claramente nesses eventos uma intenção resistente de vincular à diversão maravilhosa que é dançar forró outras atividades culturais, enquanto manifestações dessa riquíssima cultura tupiniquim: artesanato, circo, ciranda, e zaz..e..zaz. .e zaz...
Então, como eu disse acima, eu entendo que os forrozeiros são a alma desse SER CULTURAL. Sem manifestar nenhum conceito filosófico, dogmático ou religioso, A ALMA É IMATERIAL.
Foi muito massa o ISPILICUTE com Dona Flor. Caiu uma chuvarada danada e fez com que todo mundo ficasse sob a área coberta junto ao palco. Muitas dquelas pessoas que somente dançam acabaram tendo que ficar até mais quietas e começaram a prestar a atenção no show das meninas. E foi muito legal a brincadeira que elas fizeram com aquela música da velha debaixo da cama.
Para concluir com sensatez o que manifestei acima deixo registrado que continuam acontecendo sim pequenas festas de forró onde a ALMA FORROZEIRA DE BRASÍLIA se manifesta verdadeiramente e a "MOÇADA VAI PRA CIMA"!! rs..rs.. e aconchega dentro do coração os artistas visitantes e também os locais.
Saudações a todos e todas,
Walter Vitor.
Acho que o forró realmente está mudando, não sei se é para melhor ou pior depende do ponto de vista, mais acredito que no passado, os trios de forró eram melhor, pois tocavam de tudo, baião , xote, forró mesmo, agora essas bandas nova, não muda muito o estilo, parecem que estão tocando sempre a mesma coisa, falta diversidade nesses grupo, vejo que o trio paranoá, JAMELO E OS COBRAS DO BAIÃO, Trio Siridó, etc que tocavam quase quatro horas sem parar, com uma variação musical, que poucos tem em Brasília.Espero que os grupos novos cheguem perto dessa grandes fera.. um grande abraço a todos.
SOU DO RIO DE JANEIRO TENHO 54 ANOS SEMPRE QUE VOU A BRASÍLIA PROCURO UM FORRÓ PARA IR, VOU ÃO ESPILICUTI E LÁ NÃO TEMHO NENHUM PROBLEMA PARA DANÇAR PELO CONTRARIO,SE VC REALMENTE QUER DANÇAR AS PANELINHAS NÃO DEVEM SER PROBLEMA. O MUNDO E UMA GRANDE PANELA
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