quinta-feira, 26 de março de 2009

Código de conduta de forrozeiros (no salão de dança)?

Um dia desses, vi um acalorado debate em um grupo de e-mails de forrozeiros de Brasília e resolvi participar. Prefiro sempre falar de música neste blog, mas abri uma exceção para a dança porque achei interessante.

Um colega reclamou das cotoveladas, dos chutes e pisões no pé que costumamos receber num salão de dança de forró. Ele dizia:
"E o pessoal que atravessa a pista de dança, sem o menor respeito pelos dançarinos? E a galera que não dança, mas fica na pista, de garrafa na mão, ocupando um espaço, escasso, precioso? Estes dias vi uma dama ter a unha do dedão do pé ser praticamente arrancada pelo um pisão de uma outra dama que vivia seu momento de 'estrela'. (...) Minha pergunta aos dançarinos que sabem muito: É realmente necessário fazer acrobacias? Mesmo sob o risco de machucar alguém? E aos que não dançam: porque ficar esperando na pista? Porque tomar o lugar reservado à dança? E aos que atravessam a pista, quando poderiam dar a volta: Pra quê? Talvez, seja o momento de começarmos a criar um código de conduta do forrozeiro, para todos possamos nos divertir cada vez mais e melhor. E aprender maneiras de lidar com os 'bad-forrozeiros'."

Minha resposta (não tô me achando, só dizendo o que acho):
Para tudo é preciso ponderação..
Vamos observar os vários lados da história.
Comecemos por quem só quer dançar. É claro que é chato ter alguém atrapalhando as piruetas, as voltas e os passos no geral. O ideal para essa pessoa, então, é procurar um lugar menos movimentado para dançar. Tente afastar-se do palco, onde fica mais gente, e, se você realmente gosta de movimentos maiores, não precisa parar de dançar do seu jeito. É só, como dizem, olhar no retrovisor e respeitar quem está do lado. Ninguém é obrigado a abrir uma rodinha só pra você dançar. Mas também ninguém tem o direito de te impedir de dançar. Então, procure um espaço onde fique mais à vontade.

Agora, para aqueles que gostam de ficar paradinhos com a garrafa na mão. Ora, às vezes, essa pessoa não sabe dançar ou tem vergonha e está ali exatamente para observar. E qual o melhor lugar para isso? Perto de quem está dançando! Nesse caso, esse colega pode procurar um lugar estratégico, nos cantos, de preferência, para observar sem ser pisoteado nem esbarrar nos outros.

Quem gosta de caminhar pelo salão: bom, não vejo total problema nisso. Todo mundo sabe que o caminho mais curto para o outro lado é uma linha reta. Mas isso tem consequências. Imagine que você está atravessando uma rua movimentada. Tem que olhar para os lados e ficar atento a todos os veículos para não ser atropelado, certo? Então, se quer se arriscar, tenha o cuidado de não atrapalhar a dança dos outros.

Principalmente o forró de Brasília, tem ainda um universo de pessoas atípico: o de forrozeiros mais apaixonados pela música do que pela dança. São aqueles que gostam de curtir o show, cantar junto, ficar ali pertinho tietando, vibrando, pulando. Eles evitam atrapalhar os dançarinos, mas não tem muito jeito. Se querem ver o show de perto, como podem ficar longe só pra deixar alguém dançar? Esse caso pede paciência dos outros. Volto ao primeiro conselho: quem quer só dançar, procure um lugar mais arejado e espaçoso. Quem quer curtir o show, tente não ficar no meio do salão também, para evitar conflitos.

Lembrem-se: o forró é e tem que ser um espaço democrático. Todos têm direito de dançar, curtir, pular e cantar, tudo com cuidado, respeito e atenção. Desse jeito, todo mundo sai ganhando.

Só mais uma coisinha: meninas, por favor, eu sei que um salto alto deixa qualquer uma mais elegante, mas no forró a melhor pedida é sempre uma boa sapatilha. Faz bem para os seus pés, que ficam menos cansados no fim da noite, e para os dos outros, que não saem sem unha ou sangrando... Além de tudo, a sapatilha está super na moda e os meninos já sabem que quem usa sapatilha é porque é forrozeira, ou seja, mais chance de ser chamada para dançar! Fica aí a dica!

Abraços a todos!
Dri Caitano - http://forropedeserradf.blogspot.com

6 comentários:

Anônimo disse...

mto bem dito Dri...
o negócio é saber respeitar o espaço do outro!

disse...

muitooo bom o texto! cada um na sua e amizade continua... parabéns pelo espaço criado. bjos da bahia!

Zeza disse...

Acho que todo mundo tem o direito de ir e vir, e ficar onde ele quiser. O espaço é público e democrático. Obviamente o respeito e a educação é fundamental, tanto de um lado, como do outro.
Em relação ao salto alto, acho a sua visão um pouco preconceituosa (quando fala sobre a identificação da pessoa através do que calça). Tenho amigas que adoram dançar de salto. Qual o problema?
Grande abraço e parabéns pelo Blog.

Adriana Caitano disse...

Respeito a opinião de todo mundo e obrigada por manifestarem-se!
Me desculpa se pareci preconceituosa. Não foi minha intenção. Só foi uma sugestão e até uma brincadeirinha, nada mais. Pra mim, cada um deve dançar como quiser, ficar onde quiser, calçar e vestir o que quiser.
Mas não disse nenhuma mentira. Muitos meninos me falaram sobre o salto e é fato que eles machucam. Quem puder e quiser evitar, nada mal. Se não quiser, td bem tbm!

Sem mágoas, gente!!
Obrigada mais uma vez!
:)

Jailson Gonzaga disse...

è por essas e outras que aqui na Bahia dançamos é coladinho na parceira(a), sem firulas!

Unknown disse...

Rapaz, Dançar é dançar e não jogar a companheira igual ioiô para um lado e para o outro igual uns "doido". (Brincadeiras a parte)Código de conduta"?
Que porra é essa?
rapaz, liberdade de ir r vir... e diversão é diversão. Teremos de usar um livro de códigos para dançar forró agora? fico onde eu quiser e quando eu quiser, se a consequência for um pisão no pé, saberei se da próxima vez quero ou não pagar esse preço... Comédia!
Eu hein!!!